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A luta pela liderança do PSD tem dois nomes fortes. Rangel marca pontos no leque dos descontentes do rioísmo

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PSD / Flickr

O presidente do PSD, Rui Rio

Parece quase certo que a luta pela liderança do PSD será bipolarizada. De um lado Paulo Rangel, o candidato não-oficial que vai mesmo avançar; do outro Rui Rio, o presidente que tem um pé na recandidatura. Montenegro está fora do baralho.

Fonte da direção do PSD confirmou ao Observador que Rui Rio se sente mais confiante para avançar do que antes das eleições autárquicas, um impulso dado pelas vitórias em Lisboa, Coimbra e Funchal e pela redução da distância para o PS.

No núcleo interno, o diário destaca que a pressão para a recandidatura do atual líder já começou: David Justino afirmou que seria “incompreensível” se Rio não avançasse e o secretário-geral José Silvano, os vice-presidentes Salvador Malheiro e André Coelho Lima e o deputado Carlos Eduardo Reis serão, neste momento, os dinamizadores da recandidatura.

Há menos de dois anos, Rio bateu Montenegro e Pinto Luz, uma sociedade que juntava os descontentes do rioísmo. É exatamente neste leque que Paulo Rangel tem margem para crescer, além de outras zonas que antes eram do atual líder.

É o exemplo de Aveiro, cuja concelhia é liderada por Vítor Martins, que estará agora em rutura com Salvador Malheiro, e de Santa Maria Feira, que também se deve manter no lado oposto ao de Rio.

No distrito de Braga, o posicionamento do eurodeputado José Manuel Fernandes pode ser fundamental pela influência que tem no concelho onde foi autarca. O Observador realça que, para o eurodeputado de Vila Verde, o mais confortável seria Rio não avançar.

No Porto, a proximidade entre o líder distrital Alberto Machado e Paulo Rangel começa a ser evidente, ao mesmo tempo que o deputado se afasta do líder. Trofa e Vila Nova de Gaia também terão aqui uma palavra importante.

Do lado de Rangel, há o apoio de Miguel Pinto Luz: ambos apareceram ao lado um do outro no comício de Marco Pina em Odivelas em vésperas de eleições e planeiam aparecer no lançamento de um livro na próxima semana.

Nos meses que antecederam as autárquicas, Rangel garantiu apoios importantes e pôs fim à questão das campanhas que o ameaçavam com a sua orientação sexual, tendo resolvido o assunto na televisão nacional.

Quanto a números, Rangel centra-se nos de 2020 para fazer matemática: Rui Rio venceu Luís Montenegro por 2.071 votos (17.157 contra 15.086 votos). Agora, o eurodeputado acredita que pode conquistar estruturas que antes pertenciam a Rio, vencer em distritos que eram de Montenegro e conquistar os que caíram para Miguel Pinto Luz.

Paulo Rangel também sabe que não terá oposição de outras figuras do espaço não-rioísta, depois de Montenegro ter assumido que não entrava na corrida. Menos divisão significa mais votos para Rangel.

No início de setembro, Jorge Moreia da Silva tentou posicionar-se na corrida à liderança do PSD, com o lançamento de um livro com um título sugestivo: “Dire(i)to ao Futuro”. Resta saber se avança mesmo.

Num cenário de bipolarização Rio-Rangel, podia surgir como uma terceira via e recolher os votos dos não-alinhados.

Em 2020, Miguel Pinto Luz conquistou o seu espaço no partido, tendo bons resultados em distritos importantes, como Lisboa e Setúbal. Agora, o caminho é traçado ao lado de Rangel.

Caso vença, Pinto Luz será o natural número dois do novo líder (a menos que Carlos Moedas aceite ser primeiro vice-presidente do PSD) e pode ir ganhando a notoriedade que lhe faltou em 2020. O Observador escreve que esta tática lhe dá um bom posicionamento para a sucessão da liderança.

Quanto ao novo presidente da autarquia lisboeta, não é provável que avance para a disputa interna do partido. Carlos Moedas é o homem do momento no PSD, mas, enquanto autarca, deverá optar por uma postura de neutralidade.

ZAP //

2 Comments

  1. Afastem o Dr. Rui Rio da liderança do PSD e vão ver a miséria de resultado que este partido irá ter nas próximas eleições para a Assembleia da República. E quem ficará a ganhar é o Ventura.

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