Esta semana, o comentário habitual de Marques Mendes, no Jornal da Noite da SIC, centrou-se sobretudo nos acontecimentos que se se desenrolaram nos últimos dias em Odemira.
Em Odemira “fez-se tudo ao contrário (…) mas a grande responsabilidade no meio disto tudo é do primeiro-ministro que tem de dar atenção a coisas que se passam cá dentro” por muito ocupado que ande com a Europa, disse Luís Marques Mendes. Neste contexto, para o comentador, o ministro Eduardo Cabrita foi “desajeitado e trapalhão”.
Defendendo também que “Eduardo Cabrita já devia ter saído do Governo há imenso tempo”, Marques Mendes considera, no entanto, que no Governo “anda toda a gente a esconder-se atrás do ministro Cabrita”. Aqui, diz o também membro atual do Conselho de Estado, a responsabilidade do Governo é “transversal” e “a grande responsabilidade é do primeiro-ministro”.
“Esta semana toda a gente se pronunciou sobre Odemira. [Mas] será que o país sabe que há uma secretária de Estado para a Integração e as Migrações? Acho que não sabe, mas há! Chama-se Cláudia Pereira e é suposto tratar destas matérias. Devia ser a primeira a aparecer e a explicar. Só que não aparece, não dá a cara, ninguém a vê, parece desaparecida em combate”, constatou.
Marques Mendes foca a crítica nesta responsável governamental que disse publicamente: “Odemira é exemplo de integração de emigrantes”.
A requisição civil do Zmar também foi alvo da crítica de Marque Mendes. “A requisição civil, aconteceu o que sempre acontece com o ministro Cabrita. Uma trapalhada. O que o ministro devia ter feito era dialogar com o Zmar, acordar condições de utilização pelos imigrantes e, só em caso de manifesto desacordo, recorrer seletivamente à requisição civil. Como fez o contrário deu a trapalhada que se vê. Confusão, avanços e recuos”.
No campo económico, Marques Mendes referiu que Vítor Bento será o próximo presidente da Associação Portuguesa de Bancos.
No que toca à Cimeira Social que se realizou esta sexta-feira e sábado no Porto, o grande elogio vai para o primeiro-ministro António Costa. “Esta Cimeira é uma vitória pessoal e política de António Costa. Não é uma vitória com resultados imediatos e concretos porque a matéria social é competência dos Estados e não da UE. Mas é uma vitória simbólica, pelo sinal, pela orientação e pela estratégia”.
O ex-líder do PSD lembra que a União Europeia tem problemas estruturais apesar dos louros colhidos no Porto. “A UE tem 16,9% de desemprego jovem”, 21% da população a viver no limiar da pobreza, e uma “desigualdade salarial séria”, já que em média as mulheres ganham menos 14,1% que os homens, considerou.
Relativamente aos prémios de gestão aos gestores do Novo Banco, que está a receber dinheiros públicos, apontou: “Acho uma decisão inqualificável, insensata, provocatória, quase pornográfica. Não aprendem nada. É falta de bom senso mas é muito grave por outra razão. Isto mina a imagem da banca e dos banqueiros. Coisas destas degradam, contaminam a imagem da banca”.
Já sobre a audição do empresário Bernardo Moniz da Maia em sede de comissão na Assembleia da República, Mendes lembra o caso de Joe Berardo e lamenta as alegadas faltas de memória.
Por fim, Marques Mendes referiu ainda que João Galamba devia demitir-se, ou ser demitido pelo primeiro-ministro, do cargo de secretário de Estado Adjunto e da Energia por ter chamado no Twitter “estrume” e “coisa asquerosa” ao programa da RTP “Sexta às 9”.