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Banco Lloyds multado em 275 milhões por manipular a Libor

ell-r-brown / Flickr

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O grupo bancário britânico Lloyds, que tem como presidente executivo o super-gestor português António Horta Osório, vai pagar uma multa no valor total de cerca de 275 milhões de euros por ter estado envolvido na manipulação da taxa Libor.

A informação sobre as multas que serão pagas aos reguladores financeiros do Reino Unido e Estados Unidos foi hoje prestada pelo grupo, com o Lloyds a juntar-se assim a outras instituições que enfrentam sanções pela sua implicação na manipulação da taxa interbancária britânica.

Na nota de imprensa, o Lloyds, que é detido em 24% pelo Estado britânico, explicou que os factos remontam ao período entre 2006 e 2009 e acrescentou que os implicados já saíram do banco, foram suspensos ou sujeitos a processos disciplinares.

Em concreto, o regulador britânico multou o Lloyds em 105 milhões de libras, cerca de 132 milhões de euros. Desse valor, 70 milhões de libras (88,5 milhões de euros) foram aplicados por o banco ter tentado manipular as taxas a pagar ao Banco de Inglaterra pela participação da entidade no chamado programa especial de liquidez, criado pelo Governo para injetar dinheiro nos bancos no auge da crise financeira.

De acordo com o que é conhecido, o Lloyds decidiu manipular a Libor para baixar as taxas que teria de pagar ao Banco da Inglaterra por recorrer a esse programa.

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O presidente executivo do Lloyds Bank, o "super-gestor" português António Horta Osório

O presidente executivo do Lloyds Bank, o “super-gestor” português António Horta Osório

Já o regulador dos Estados Unidos sancionou o grupo britânico com 105 milhões de dólares (cerca de 78 milhões de euros) pelo seu papel no escândalo, especificamente pela tentativa de manipulação e por ter informado erroneamente sobre a Libor.

Além disso, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos impôs outra sanção ao banco de 86 milhões de dólares (63,9 milhões de euros), que somada a outras multas totaliza 218 milhões de libras (cerca de 275 milhões de euros).

O escândalo das manipulações

Em declarações, citadas em comunicado, o presidente executivo do Lloyds, António Horta Osório, sublinhou que os comportamentos identificados pelas investigações são “absolutamente inaceitáveis” e garantiu que nos últimos três anos a gestão tomou “ações vigorosas” para prevenir que se repitam, nomeadamente através de sistemas de controlo e separação das funções mais tradicionais de banca das de maior risco.

“O nosso objetivo é ser o melhor banco para nossos clientes e estamos determinados em fazer do Lloyds uma empresa da mais elevada integridade e elevados padrões”, afirmou o banqueiro português.

O escândalo sobre a manipulação da Libor, que levou a serem investigados vários bancos internacionais, estalou a 27 de junho de 2012 quando os reguladores britânicos e norte-americano multaram o Barclays em 290 milhões de libras (cerca de 360 milhões de euros) por manipular a equivalente britânica da europeia Euribor, entre 2005 e 2009.

Também o Royal Bank of Scotland (RBS) foi sancionado pela manipulação daquela taxa, assim como UBS, Deutsche Bank, Citigroup, JP Morgan, RP Martin e ICAP.

/Lusa

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