Livros escritos por importantes ativistas da democracia de Hong Kong começaram a desaparecer das bibliotecas da cidade, avança a agência noticiosa francesa AFP, citando registos online destes espaços.
Os livros pró-democracia desapareceram das prateleiras da bibliotecas da cidade poucos dias depois de Pequim aprovar a controversa lei de segurança de Hong Kong.
Entre as obras desaparecidas constam obras de Joshua Wong, um dos jovens ativistas mais importantes da cidade, e Tanya Chan, uma conhecida legisladora pró-democracia, detalha ainda a agência AFP, citada pelo portal Raw Story.
Foi na passada semana que o Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional da China ratificou a controversa lei de segurança de Hong Kong com penas de prisão perpétua a ser ainda discutidas para a nova legislação.
A lei entrou em vigor a 1 de julho, data em que se assinala a transferência do território da soberania britânica para a chinesa, que ocorreu em 1997. A lei em causa foi ratificada com o voto unânime dos seus 162 membros.
O texto promulgado na terça-feira permite punir atividades separatistas, “terroristas”, subversão ou até interferência estrangeira em Hong Kong, que foi palco de protestos violentos pró-democracia em 2019 e este ano.
No primeiro dia desde a promulgação, a polícia de Hong Kong deteve 180 pessoas, entre as quais sete acusadas de transgressão à nova lei da segurança nacional, durante manifestações de protesto que juntaram milhares de pessoas.
Os manifestantes foram detidos “por participação em concentrações não autorizadas, perturbação da ordem pública, posse de ‘armas perigosas’, entre outras infrações”, referiu a polícia do território através da rede social Twitter.
De acordo com a mesma mensagem, sete pessoas foram detidas por “alegadamente” terem violado a lei de segurança nacional.