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Lisboa inundada. Câmara acusa IPMA de falhar previsões

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O vereador da Proteção Civil da Câmara de Lisboa acusou este domingo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) de não ter previsto tanta chuva, acrescentando que a cidade se teve de preparar “à última da hora”.

“Houve uma grande precipitação. As informações que nós tínhamos do IPMA não iam nesse sentido, portanto a cidade teve de se prevenir à última da hora, uma vez que não tinha sido lançado aviso laranja para o distrito de Lisboa”, disse Carlos Castro, que falava aos jornalistas numa conferência de imprensa convocada devido ao mau tempo.

O autarca referiu que também a preia-mar às 15h15 também contribuiu para esta situação.

“Estamos em estado de alerta e vamos continuar a acompanhar a situação”, assegurou.

O diretor municipal de Proteção Civil reforçou a acusação: “Estávamos à espera que houvesse uma comunicação em termos de pré-aviso laranja, para podermos efetivamente dispor a prontidão de todos os serviços. Isso não veio, fomos apanhados de surpresa e tivemos de agir rapidamente”.

O aviso laranja manteve-se até às 21h, pelo que é possível que haja uma “precipitação acentuada, contudo estamos expectantes que a situação seja de menor densidade e menor impacto para a própria cidade”, adiantou Manuel Ribeiro.

As zonas da cidade mais afetadas foram Benfica, São Domingos de Benfica, Praça de Espanha, Praça da Figueira, Martim Moniz, Avenida da Liberdade, Alta de Lisboa e Alcântara. Em todas estas zonas a circulação rodoviária foi restabelecida ao final da tarde.

Já as situações mais críticas verificaram-se em Xabregas, onde um muro ruiu, e no Instituto Português de Oncologia, com registo de inundações.

O comandante do Regimento dos Sapadores Bombeiros (RSB), Pedro Patrício, considerou que o problema não poderia ter sido evitado, sendo que “com a impermeabilização dos solos que qualquer cidade tem” e em “zonas planas, não é possível haver escoamentos previstos para esta quantidade de água”.

Porém,  às 18h a situação estava “estabilizada”, não havendo “motivo nenhum para preocupação”, defendeu.

Entre as 14h e as 15h, hora de maior precipitação, o RSB registou 157 ocorrências, de um total de 180, até às 17h.

Chuva que caiu em Lisboa teve valores normais de aviso amarelo

Os valores de precipitação acumulada em Lisboa entre as 13h e as 15h de hoje enquadram-se dentro dos limites de referência para uma situação de aviso amarelo, revelou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

De acordo com valores provisórios revelados pelo IPMA, o valor de precipitação mais elevado foi registado na estação meteorológica na Gago Coutinho, em Lisboa, com uma precipitação de 18,7 milímetros (correspondente à queda de 18,7 litros por metro quadrado).

No Instituto Geofísico a precipitação acumulada neste período de duas horas foi de 13.2 milímetros, nas Amoreiras de 8,0 milímetros e na Amadora de 7,0 milímetros.

Estes valores, de acordo com o IPMA, “enquadram-se no limiar do aviso meteorológico amarelo“.

Fonte do instituto acrescentou que estes valores correspondem aos locais de medição mais significativos do IPMA, em Lisboa, mas, “tendo em conta a análise de imagens de radar, é provável que noutros locais da cidade de Lisboa os valores de precipitação possam ter sido mais elevados”.

“Estes valores de precipitação deveram-se à formação de sistemas convectivos de forte atividades em regiões localizadas, traduzindo-se numa distribuição irregular da precipitação, em particular na região da grande Lisboa e o mesmo acontecendo noutras regiões do território”, disse à Lusa o meteorologista Nuno Moreira.

O IPMA tinha emitido hoje um aviso amarelo de precipitação válido entre as 08h e as 21h para 17 distritos do continente, mas, tendo em conta a evolução da situação meteorológica, elevou à tarde para o nível laranja os avisos meteorológicos de precipitação referente aos distritos de Leiria, Santarém, Lisboa, Setúbal e Évora até às 22h de hoje.

O aviso laranja é o segundo mais grave numa escala de quatro, a que se segue o amarelo, o terceiro mais grave.

“Prevê-se a continuação de ocorrência de aguaceiros no continente durante o resto da semana, com desagravamento gradual das condições de instabilidade”, acrescentou.

ZAP / Lusa

4 Comments

  1. Este sr Costa está a meter o rabinho de fora?
    A responsabilidade é, em última instância, TODA sua!
    E não vale a pena vir disfarçar que os restaurantes nas Portas de Stº Antão “até já estão a servir jantares”.
    A chuvada coincidiu com a praia mar? Isso só seria válido para as zonas ribeirinhas…
    Sete Rios? Pç de Espanha? Outras zonas altas da cidade como o Saldanha, o que é que têm a ver com a altura das águas do rio? NADA.
    O sr presidente antes de dizer estas inverdades, deveria documentar-se junto de ótimos técnicos que tem na CML e que lhe poderiam explicar porque é que tal sucedeu…
    Já me esqueci que essa tropa de técnicos são, segundo o presidente, uns malandrões (abstentismo superior a 20%) e maus profissionais.
    Se calhar informou-se com as juntas de freguesia, essas sim, com quadros técnicos de fazer inveja…
    Pobre Lisboa, pobre país (esperemos que não) !

  2. O que é que têm as previsões a ver com os factos ? Se tivessem recebido o aviso a tempo conseguiriam evitar o que aconteceu ? Não … Se tivessem feito a manutenção das condutas a tempo talvez tivessem evitado algumas situações, todas não mas grande parte sim.
    Incompetencia dos serviços camarários, sim certamente.
    Senhor presidente falhou e em vez de deixar o seu vereador culpar terceiros por erros na operação camarária devia demiti-lo

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