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Líderes mundiais têm sido alertados desde 2006 para os riscos de uma pandemia

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, durante o Fórum Económico Mundial

Desde 2006, na reunião que decorre em Davos, na Suíça, para o Fórum Económico Mundial, os líderes mundiais têm recebido no relatório alertas sobre análises de riscos da propagação de um vírus e o possível colapso dos sistemas de saúde.

Segundo noticiou a Rádio Renascença esta segunda-feira, os alertas constam do Global Risk Report, um relatório anual apresentado em cada fórum.

“Nos últimos anos, foi mencionada a fragilidade dos países numa potencial pandemia, independentemente de já termos passado por várias epidemias e por uma pandemia de gripe A”, afirmou à Renascença Fernando Chaves, especialista na multinacional de gestão de risco Marsh Portugal, que participa na elaboração do relatório.

Em 2019, notou o analista, houve um capítulo inteiro no relatório dedicado à questão dos vírus, algo que “passou ao lado de quem toma decisões”. Os alertas que estão a ser lançados há mais de uma década “já deviam estar a ser discutidos e as medidas a ser implementadas ao nível global”, afirmou Fernando Chaves.

De acordo com o especialista, os motivos que podem explicar a posição dos líderes mundiais quanto aos alertas passam, primeiro, pelo facto de serem “dados em cima de uma crise económica global que obrigou a cortes – e, portanto, o investimento em termos de saúde não era propriamente o mais indicado”. Por outro lado, “foi sempre visto como algo que podia acontecer, mas na verdade não era muito facilmente tangível”.

“Estiveram [os líderes mundiais] muito focados nas doenças crónicas. Mas deveriam estar preparados para dar resposta a problemas agudos – como alertou a OMS – e não apenas às questões crónicas”, sublinhou.

ZAP //

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