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Líder do CDS/Madeira recebeu 30 mil euros do financiador do Chega, a seis semanas das regionais

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Governo Regional da Madeira / Facebook

Rui Barreto, líder do CDS/Madeira

Rui Barreto, líder do CDS na Madeira, recebeu um total de 29.880 euros de César do Paço, o conhecido financiador do Chega. O “empréstimo” foi concedido a poucas semanas das eleições regionais que levaram o CDS ao Governo.

A última reportagem da SIC emitida esta quarta-feira, A grande ilusão, revelou que César do Paço, ex-cônsul de Portugal em Palm Beach e financiador do Chega, financiou parte da campanha eleitoral do CDS/Madeira em 2019, na altura em que o PSD perdeu a maioria absoluta e o partido entrou no Governo de Miguel Albuquerque (em setembro de 2019).

Rui Barreto, líder do CDS na Madeira, e mais quatro membros do partido receberam transferências diretas nas contas bancárias, num total de 29.880 euros.

Em causa estão várias transferências diretas no valor aproximado de cinco mil euros para a conta de Rui Barreto; de Gonçalo Nuno Santos, adjunto de Barreto na secretaria regional de Economia, que recebeu duas vezes em duas contas distintas; e para a de outras três pessoas ligadas ao partido que o próprio líder do CDS descreve como pessoas da sua “maior confiança”.

A reportagem, citada pelo semanário Expresso, revelou que as transferências foram efetuadas um dia depois de Rui Barreto ter conhecido César do Paço em Lisboa, a 6 de agosto de 2019 – a seis semanas das eleições na Madeira.

A SIC revela ainda que, em julho de 2020, o advogado de César do Paço enviou um e-mail a Rui Barreto a exigir a devolução da quantia.

O líder centrista disse, em declarações à estação televisiva, que se tratava de um empréstimo que aconteceu porque o partido estava com dificuldades financeiras nas vésperas das eleições e o empresário ofereceu-se para ajudar. No entanto, para ser um donativo legal, o montante transferido não podia ser superior a 10.400 euros.

Além disso, o dinheiro não entra nas contas do partido, mas nas contas pessoais do líder do CDS/Madeira, do presidente da concelhia e de mais três pessoas próximas de Barreto, incluindo familiares.

Questionado sobre o motivo pelo qual o empréstimo não foi pago quando as contas do partido foram regularizadas, após as eleições, Rui Barreto justifica-se com a pandemia de covid-19 e com o facto de o advogado de César do Paço ter “desaparecido”.

O Expresso contactou a direção nacional do partido que desconhece os factos.

O pagamento acabou por ser feito dez dias depois de a SIC ter questionado o líder centrista, em fevereiro de 2021.

Liliana Malainho, ZAP //

2 Comments

  1. Os princípios éticos de recrutamento do Chega são do melhor que se tem visto em qualquer país civilizado.
    Percebe-se agora porque querem uma constituição mais pequena. Basta 1 folha :
    ” Não há livro de reclamações”
    ” O último a sair apaga as luzes do aeroporto”
    E ainda sobra espaço para pintar bonecos.

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