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Líbano: Após um mês no cargo, primeiro-ministro demite-se perante impasse político

MustaphaAdib / Wikimedia

Mustapha Adib foi designado primeiro-ministro interino do Líbano

O primeiro-ministro designado do Líbano, Mustapha Adib, demitiu-se este sábado do cargo numa altura de impasse político sobre a formação de Governo, um mês depois de ter sido nomeado e da violenta explosão no porto de Beirute.

Mustapha Adib formalizou a sua decisão após uma reunião com o Presidente libanês, Michel Aoun.

Este anúncio deita por terra os esforços diplomáticos feitos pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, para quebrar o grave impasse político no país, atingido também por uma severa crise financeira, que foi agravada pela explosão de início de Agosto no porto de Beirute.

Macron tem vindo a pressionar os políticos libaneses a negociarem uma solução política estável para, assim, poderem promulgar reformas urgentes.

Mas apesar de contar com o apoio francês, Mustapha Adib tem vindo a enfrentar vários obstáculos na cena política nacional, com os principais grupos xiitas do país, Hezbollah e Amal, a exigirem ficar com a pasta das Finanças no novo governo.

O Hezbollah e o Amal insistem em nomear os ministros xiitas do novo executivo, tendo condenado a formação do executivo sem a sua consulta.

Além deste impasse político, o Líbano está mergulhado numa grave crise económica, dita como a pior da história moderna no país, já que falhou pela primeira vez o pagamento da sua dívida externa, tem uma moeda local em colapso e assiste ao aumento da inflação, da pobreza e do desemprego.

A crise foi agravada pela explosão de 4 de agosto no porto de Beirute, causada pela detonação de milhares de toneladas de nitrato de amónio. O desastre causou a morte de quase 200 pessoas, feriu milhares de outras e levou a perdas no valor de milhares de milhões de dólares.

O Líbano precisa desesperadamente de ajuda financeira, mas França e outras potências internacionais recusam-se a prestar tal apoio antes de serem feitas reformas estruturais no país, desde logo devido à corrupção sistemática e à má gestão.

// Lusa

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