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Duas explosões no porto de Beirute. Ministro da Saúde fala em dezenas de vítimas

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Wadel Hamzeh / EPA

Duas fortes explosões abalaram, esta terça-feira, a zona do porto da capital do Líbano, Beirute, causando dezenas de feridos, segundo uma fonte da segurança e correspondentes da agência France-Presse no local.

As explosões, cuja origem ainda não é conhecida, foi ouvida em várias zonas da cidade. Os vidros das janelas de muitos edifícios a quilómetros de distância partiram-se e há uma enorme nuvem de fumo laranja nos céus de Beirute.

A localização exata da explosão também não é conhecida, indicou a AFP. Porém, segundo a agência norte-americana Associated Press, algumas emissoras televisivas locais indicaram que a o incidente ocorreu no porto da cidade.

Segundo a agência libanesa NNA, que cita fontes dos serviços de segurança, a explosão aconteceu numa área de armazéns na zona do porto onde estava armazenado fogo de artifício.

O ministro da Saúde, Hamad Hasan, já disse que há “um número elevado” de vítimas, embora não se saiba ainda se serão mortos ou feridos, e danos graves. Fontes médicas e de segurança dizem que há pelo menos dez mortos.

As testemunhas falam de um abalo semelhante a um sismo. Há relatos de pessoas que se encontram presas nos escombros, algumas cobertas de sangue.

“Senti-me como se estivesse perante um terramoto e depois ouvi uma explosão, seguida de outra, que abriram as janelas. Foi mais forte do que a explosão que matou Rafik Hariri”, disse uma habitante da cidade, referindo-se ao atentado à bomba, em 2015, que vitimou o ex-primeiro-ministro e conhecido homem de negócios libanês.

A zona do porto foi fechada pelas forças de segurança, que apenas deixam passar elementos da Proteção Civil, ambulâncias e carros de bombeiros, que têm transportado os feridos para os hospitais mais próximos.

O Líbano enfrenta a sua pior crise económica das últimas décadas, marcada por uma desvalorização da moeda sem precedentes, uma hiperinflação, despedimentos em massa e restrições bancárias, que alimenta há vários meses a agitação social.

Na sexta-feira, o Tribunal Especial do Líbano, com sede na Holanda, deve emitir o seu veredicto no julgamento de quatro homens que são suspeitos de pertencerem ao poderoso movimento libanês Hezbollah, acusado de participar no assassinato de Hariri.

Há uma semana, após meses de relativa calma, Israel disse que tinha impedido um ataque terrorista, abrindo fogo contra homens armados que tinham cruzado a demarcação territorial entre os dois países.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, atribuiu a tentativa de ataque ao Hezbollah, apesar dos desmentidos deste movimento libanês.

ZAP // Lusa

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