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Leopoldo López admite que nunca quis fugir (e promete regressar para “libertar” a Venezuela)

Miguel Gutierrez / EPA

Leopoldo López, um dos líderes da oposição na Venezuela

O líder da oposição venezuelana Leopoldo López disse esta terça-feira, em Madrid, na primeira conferência de imprensa depois de ter saído do seu país, que nunca o quis deixar e que a intenção é “regressar para libertar a Venezuela”.

“Eu não queria sair da Venezuela, sempre disse isso, infelizmente as circunstâncias levaram-me a isto”, afirmou o líder da oposição, que descreveu o governo do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, como uma “ditadura”.

“Hoje, graças ao trabalho de muitos líderes venezuelanos, está claro que a Venezuela é uma ditadura e Maduro é um criminoso”, disse López, que acrescentou acerca do Presidente venezuelano que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos o considera “cruel, repressivo e assassino”.

Leopoldo López chegou a Madrid no último domingo, depois de deixar a residência do embaixador de Espanha em Caracas, onde estava como “convidado” desde 30 de abril de 2019, deixando depois o país “clandestinamente” através da fronteira com a Colômbia.

López permaneceu na residência do embaixador espanhola desde que deixou a prisão domiciliar em que se encontrava, para juntar-se a uma tentativa de levantamento militar levada a cabo pelo opositor Juan Guaidó, que cerca de 50 países reconhecem como Presidente interino da Venezuela.

O político foi condenado a 14 anos de prisão, acusado de ter promovido manifestações violentas contra o Governo, e passou três anos na prisão militar de Ramo Verde, para onde o regime costuma enviar os seus adversários, até ser transferido para o regime domiciliário, em 2017.

Em junho, Maduro acusou o embaixador de Espanha no país, Jesus Silva Fernández, de cumplicidade com um político (seu opositor) numa conspiração para realizar um golpe de Estado que incluiria o seu assassinato. .

Na conferência de imprensa em Madrid, Leopoldo López agradeceu a “Deus” e ao Governo de Espanha por ter podido sair da Venezuela e referiu-se ao opositor Guaidó como “o Presidente legítimo da Venezuela”.

“A partir de aqui poderei contribuir como parte de uma equipa liderada por Juan Guaidó e tenho a certeza que vamos apoiar muito de fora”, vincou o líder da oposição, que se descreveu como uma “vítima” e comentou que “todas as vítimas merecem justiça”.

A Europa não pode virar as costas, nem os Estados Unidos”, perante um regime que, segundo a ONU, cometeu “crimes contra humanidade”, apontou López, acompanhado pela sua mulher, filhos e pais.

ZAP // Lusa

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