Treinador português criticou o formato do Mundial de clubes, um dia antes de tentar chegar à final do torneio.
O formato de Mundial de clubes volta a ser alvo de críticas. Desta vez por um dos dois treinadores portugueses que chegaram às meias-finais: Leonardo Jardim.
O sistema em 2022, tal como nas edições anteriores, envolve quatro rondas mas, no fundo, só há sete equipas no torneio.
A primeira ronda envolveu a equipa da casa – neste caso o Al Jazira, dos Emirados Árabes Unidos – contra o representante da Oceania, o AS Pirae.
O Al Jazira ganhou e, na segunda ronda, uma espécie de quartos-de-final mas só a “meio gás”, perdeu contra o campeão asiático, o Al Hilal. No outro jogo o campeão africano (Al Ahly) venceu o campeão da América do Norte e Central, o Monterrey.
Nas meias-finais o Palmeiras, campeão sul-americano, entrou em cena e derrotou o Al Ahly; o campeão europeu Chelsea vai defrontar na sua estreia o Al Hilal.
Al Hilal é precisamente a equipa liderada por Leonardo Jardim que, se chegar à final, vai jogar três vezes em seis dias – ao contrário do adversário Chelsea, que ainda não jogou. E, se fosse o Al Jazira ou o AS Pirae a chegarem à final, jogariam quatro vezes em nove dias, o dobro dos dois jogos disputados pelo outro finalista, o Palmeiras.
Jardim, em conferência de imprensa, estava à espera de perguntas dos jornalistas. Como não houve, deixou um recado à FIFA: “Como não há perguntas, gostaria de enviar uma mensagem à FIFA e às pessoas que organizam esta competição”.
“As melhores equipas do mundo estão reunidas aqui. E acho injusto que algumas das equipas tenham que jogar quatro vezes em oito (nove) dias, enquanto as outras, que são as melhores, só precisam de jogar duas vezes e assim chegam à final mais descansados”, analisou o técnico português.
Jardim espera que isto “não volte a acontecer porque acaba sempre da mesma forma”, com as mesmas federações representadas na final (quase sempre UEFA e CONMEBOL).
E este sistema não deverá mesmo repetir-se porque o Mundial (se esta não for a sua última edição) vai ser alargado para 24 clubes na próxima edição, na China – que ainda não tem data marcada.
Com este cenário, Leonardo Jardim não esconde: “Obviamente as equipas europeias são as favoritas. Desta vez é o Chelsea. Mas são favoritos porque o Al Hilal tem apenas dois dias de recuperação. Os jogadores não começam em pé de igualdade. Uma das equipas estará fresca para jogar”.
O Al Hilal, que na ronda anterior goleou o anfitrião Al Jazira por 6-1, vai defrontar o Chelsea nesta quarta-feira.