Ucrânia: aprovada lei polémica sobre recrutamento

O Parlamento adotou uma lei que endurece a mobilização para as Forças Armadas. É controversa porque não estabelece um prazo para a desmobilização dos soldados.

“A lei de mobilização foi aprovada. 283 [deputados votaram] a favor”, declarou nesta quinta-feira o deputado Oleksi Goncharenko através das redes sociais.

A Ucrânia, país invadido pela Rússia, confronta-se com uma escassez de soldados voluntários, sendo que os deputados e o Governo trabalhavam há vários meses no texto legislativo sobre o recrutamento militar.

Na prática, o Parlamento ucraniano aprovou a lei que vai reger a forma como o país vai recrutar novos soldados, após meses de atraso e depois de terem sido apresentadas inúmeras alterações legislativas na tentativa de diluir o projeto inicial.

Os deputados arrastaram durante meses a aprovação da medida, que se prevê impopular.

Na noite passada, a demora prolongou-se: foram examinadas todas as propostas de alteração e tudo que tinha sido rejeitado pelo comité de segurança nacional, de defesa e de inteligência.

4294 emendas, 11 horas de discussões.

A lei acaba por ser adotada após um pedido do antigo comandante do Exército, Valeri Zaluzhny, que afirmou que a Ucrânia necessitava de 500 mil novos recrutas para aumentar as fileiras das Forças Armadas.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços decisivos no teatro de operações, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontam-se com falta de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais.

// Lusa

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