O Tribunal Superior de Navarra confirmou sentença de nove anos de prisão para os cinco membros do grupo “La Manada”, negando o recurso entregue pelo grupo condenado por abuso sexual a uma jovem de 18 anos em 2016.
A decisão incluiu os votos de dois magistrados que pediam uma pena ainda mais severa – de 14 anos -, considerando que houve intimidação e agressão sexual – logo, violação – do grupo, de acordo com o jornal espanhol El País na manhã desta quarta-feira.
Os cinco elementos do grupo auto-denominado “La Manada” foram acusados de violar uma jovem de 18 anos durante as celebrações de São Firmino, em Pamplona, mas o julgamento acabou por condená-los apenas por abuso sexual. Isto implicou uma pena de nove anos e ainda uma indemnização de 50 mil euros e impedimento de contactar a jovem vítima durante cinco anos.
Agustín Martínez Becerra, advogado de quatro dos cinco arguidos, confirmou que iria recorrer daquela sentença, alegando que “sacaram da manga um delito de abuso sexual com prevalência que em momento algum tinha estado na base da acusação e não nos pudemos defender” — argumentos que não terão convencido os juízes.
Os arguidos — José Ángel Prenda, Alfonso Cabezuelo, Antonio Manuel Guerrero, Jesús Escudero y Ángel Boza — tinham ficado em prisão preventiva quando foram detidos em julho de 2016. Arriscavam-se a 22 anos de prisão efetiva por crimes de agressão sexual, contra intimidade e roubo com intimidação.
Os juízes, no entanto, entenderam que não se tratou de uma violação, mas de abuso sexual, justificando-se assim as penas mais leves para os homens que têm entre 27 e 29 anos de idade.
Um dos magistrados votou, na altura, pela absolvição dos arguidos. Um dos homens do grupo foi ainda condenado pelo delito de furto, por ter retirado o telemóvel à jovem, pelo que terá a pena agravada em dois anos, num total de 11.
A decisão confirma assim a primeira avaliação em tribunal que não encontrou qualquer fundamento para condenar os cinco homens pelo crime de intimidação e violação, apesar de provado que todos eles a levaram coagida para um espaço fechado onde mantiveram relações sexuais com a vítima sem o seu consentimento.
Apesar disso, os juízes não viram no caso agressão sexual. A decisão motivou, em abril, protestos massivos em várias cidades espanholas.