A irmã mais nova do líder norte-coreano, Kim Yo-jong, foi eleita membro suplente do politburo do Partido dos Trabalhadores da Coreia, informou a Agência Telegráfica Central da Coreia, KCNA.
Num discurso aos membros do Comité Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte, este sábado, Kim Jong-un lançou as suas tradicionais ameaças aos Estados Unidos e anunciou mudanças na estrutura de comando do país.
O líder norte-coreano deixou mais uma vez claro que a família Kim é quem manda na Coreia do Norte, e decidiu que a irmã mais nova, Kim Yo-jong, vai substituir como membro permanente do Politburo a tia de ambos Kim Kyong Hee, figura influente do governo do pai de Jong-un, Kim Jong-il. A família Kim dirige o país desde 1948.
Kim Yo-jong, de 30 anos, estudou numa escola suíça, tal como o irmão, Kim Jong-un. Em 2014, foi eleita para o Parlamento da Coreia do Norte, e em maio de 2016 entrou para o Comité Central do partido no poder. A par de Ri Sol-ju, a mulher do líder norte-coreano, é uma das mulheres mais poderosas do seu país.
“Isto mostra que o estatuto de Yo-jong é muito mais importante do que se pensava antes, e é uma consolidação adicional do poder da família Kim Jong-un”, diz Michael Madden, especialista em Coreia do Norte da Universidade John Hopkins, citado pelo jornal britânico The Guardian.
Pouco se sabe sobre a irmã do actual ditador. Recentemente, foi incluída numa lista de figuras do regime alvo de sanções internacionais por suspeita de ter cometido “graves abusos contra os direitos humanos”.
Yo-jong é vista frequentemente com o irmão e já foi apontada como vice-diretora do departamento de propaganda do país, e responsável por tratar da imagem pública do ditador.
Segundo Michael Madden, Kim Yo-jong é uma das “confidentes mais próximas” do líder norte-coreano, mas dada a natureza patriarcal da cultura política da Coreia do Norte, nunca foi considerada como potencial sucessora”.
Em 2014, Kim Jong-un desapareceu durante semanas, supostamente devido a problemas de saúde. A imprensa especulou então se Yo-jong poderia assumir o governo do país, e durante esse período terá mesmo assegurado algumas das funções do irmão.
“Como uma das assessoras próximas de seu irmão, Yo-jong teve funções administrativas adicionais – recebendo relatórios, informando Jong-un, encaminhando as suas instruções, convocando altos funcionários”, explicou Madden.
A ascensão de Kim Yo-jong a membro suplente do politburo ocorreu na reunião plenária do comité central que teve lugar em Pyongyang a 7 de outubro, em vésperas do aniversário do Partido dos Trabalhadores da Coreia, no dia 10 de outubro.
Durante a sessão plenária, Choe Ryong-hae, de 67 anos, vice-presidente do partido e um dos assistentes mais próximos do actual líder, foi eleito membro da poderosa Comissão Militar Central.
ZAP // The Guardian / Deutsche Welle