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Time elege Khashoggi e outros jornalistas “guardiões da verdade” como personalidades do ano

(h) Time Magazine / EPA

O jornalista saudita Jamal Khashoggi, assassinado a 2 de outubro deste ano no consulado da Arábia Saudita em Istambul, é uma das personalidades do ano eleitas pela revista norte-americana Time.

O colunista do Washington Post, voz crítica do governo saudita, divide a distinção com outros profissionais da comunicação social que colocaram a sua vida em risco em prol da verdade. Para a Time, estes são os “guardiões da verdade“.

A publicação distinguiu a filipina Maria Ressa, perseguida pelo regime do Presidente filipino Rodrigo Duterte, e dois jornalistas da agência Reuters condenados a sete anos de prisão por terem noticiado a morte das minorias rohingya, Kyaw Soe Oo e Wa Lone, de 28 anos e 32 anos, respetivamente.

A revista Time reconheceu ainda o trabalho do jornal local Capital Gazette, de Annapolis, localizado no estado norte-americano de Maryland, cuja redação foi atacada a 28 de junho deste ano, fazendo cinco vítimas mortais.

“A atualidade está a chamar-nos a atenção para muitos jornalistas que têm uma coisa em comum: foram alvos devido seu trabalho. Para eles, perseguir a verdade significa prisão e assédio. Em alguns casos, significou a morte”, pode ler-se nesta edição da revista.

Ed Felsenthal, editor da publicação, frisa que estas personalidades foram eleitas por “terem enfrentado grandes riscos na busca pela verdade, pela imperfeita mas essencial procura de factos que são centrais para o discurso civil, por falarem e por divulgarem”, escreveu na sua conta pessoal no Twitter.

“Como todos os dons humanos, a coragem chega a nós em quantidades e em momentos diferentes”, acrescentou ainda Felsenthal. “Este ano reconhecemos quatro jornalistas e uma empresa jornalística que pagaram um preço terrível por enfrentar o desafio deste momento”, apontou.

A Time designa desde 1927 a “personalidade do ano”, ilustrando a capa da edição final de ano da revista como a figura escolhida. A lista de finalistas anunciada nesta segunda-feira incluía o vencedor de 2016, o Presidente norte-americano, Donald Trump, as famílias separadas na fronteira dos EUA, o Presidente russo, Vladimir Putin, o procurador especial dos Estados Unidos, Robert Mueller.

Na corrida estavam também os ativistas do movimento March For Our Lives (Marcha pelas Nossas Vidas), a duquesa de Sussex Meghan Markle, o líder da Coreia do Sul, Moon Jae-in, o realizador do filme da Marvel Black Panther Ryan Coogler e Christine Blasey Ford, uma das mulheres que testemunhou contra o juiz Brett Kavanaugh por tentativa de violação, que à data era o juiz nomeado para o Supremo Tribunal dos EUA.

ZAP //

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