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Kennedy achava que Hitler tinha sobrevivido à Segunda Guerra Mundial

Robert Knudsen / Wikimedia

O presidente John F. Kennedy fala ao país sobre o esforço espacial, em discurso na Rice University, em Houston, Texas (1962)

O presidente John F. Kennedy fala ao país sobre o esforço espacial, em discurso na Rice University, em Houston, Texas (1962)

À medida que o centenário do nascimento do presidente John F. Kennedy se aproxima, o seu diário pessoal de 61 páginas está prestes a ser vendido em leilão. E uma passagem chocante revela que Kennedy acreditava que Adolf Hitler poderá ter sobrevivido ao fim da Segunda Guerra Mundial.

O diário de John F. Kennedy foi escrito numa época em que o presidente norte-americano trabalhava como correspondente de guerra para as revistas Hearst. Mais tarde, Kennedy deu o livro a Deidre Henderson, sua assistente de pesquisa.

Segundo o jornal britânico The Independent, este é o único diário do ex-presidente que ainda existe, e no próximo dia 26 de abril, o dia em que Kennedy completaria o seu centésimo aniversário, o diário irá a leilão. A RR Auction, de Boston, nos EUA, que está a organizar a venda, espera conseguir 200 mil dólares pelo documento.

“Hitler tinha uma ambição ilimitada para o seu país, o que o tornava uma ameaça para a paz do mundo. Mas tinha um mistério à sua volta, na forma como viveu e morreu, que se manterá e crescerá depois dele”, escreveu Kennedy depois de visitar o bunker de Hitler em Berlim e o seu retiro na montanha Eagle’s Nest, no verão de 1945.

A ideia de que Hitler terá encenado o suicídio e fugido para a América do Sul não é nova. Segundo algumas testemunhas, Hitler foi enterrado no Paraguai.

Mas aparentemente, o próprio John F. Kennedy faz parte das pessoas que acreditava que Hitler poderá não ter morrido antes do fim da II Guerra Mundial. Depois de visitar o bunker onde o ditador terá cometido suicídio, Kennedy ficou muito céptico acerca de sua morte.

“A sala onde Hitler deveria ter encontrado a sua morte mostrou paredes chamuscadas e vestígios de fogo”, escreveu ele. “Não há provas concludentes, no entanto, de que o corpo encontrado era o corpo de Hitler.”

Esta é a segunda passagem marcante retirada do diário de JFK, depois de a semana passada terem sido reveladas aparentes “palavras de admiração” de Kennedy pelo ditador alemão. “Hitler tinha nele o material de que se fazem as lendas”, apontou o então jovem repórter da Hearst.

Questionada sobre esta entrada, a casa de leilões nega que Kennedy tivesse qualquer admiração por Hitler, e exorta os leitores a não levar tirar as palavras do mais tarde presidente norte-americano do seu contexto.

Não há uma glorificação, não se pode tirar isso do contexto“, diz Bobby Livingston, vice-presidente executivo da RR Auction, ao Independent. “Naquele momento Kennedy era um historiador e estava a escrever a sua perspectiva do lugar de Hitler na história.”

Também Deidre Henderson acredita que Kennedy não estava a glorificar os nazis ou Hitler. “Quando JFK diz que Hitler tinha o material de que as lendas são feitas, ele estava a falar do mistério que o rodeava, não do mal que trouxe ao mundo“, explica Henderson.

“Em nenhum lugar neste diário, ou em qualquer dos seus escritos, há qualquer indicação de simpatia pelos crimes ou pelas causas nazis”, concluiu Henderson.

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