Justiça quebra sigilo e bloqueia bens de dois acusados de matar Marielle Franco

jeso.carneiro / Flickr

A vereadora brasileira Marielle Franco

A justiça brasileira determinou o arresto de bens de um acusado do homicídio da ativista Marielle Franco e do seu motorista, em 2018, e quebrou ainda o sigilo fiscal e bancário dos dois ex-polícias suspeitos do crime. As decisões da justiça pretendem ajudar os investigadores a descobrirem os possíveis mandantes do crime.

A vara especializada no combate ao crime organizado determinou ainda a quebra dos sigilos de outras cinco pessoas suspeitas de atuar como fantasmas dos dois homens, que são também suspeitos de integrarem uma milícia.

O património bloqueado de Ronnie Lessa, que incluiu um imóvel, terrenos, uma lancha e um automóvel, foi avaliado em cerca de 3,5 milhões de reais (690 mil euros), de acordo com um levantamento feito pelo portal e notícias brasileiro UOL com base em valores atualizados do mercado imobiliário.

A polícia acredita que o património de Lessa é incompatível com o rendimento de um agente policial reformado – o homem estava reformado desde 2009 após ter perdido uma perna devido a um atentado com um explosivo no seu carro.

O assassínio a tiro de Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes, ocorrido em março de 2018, gerou uma grande comoção no Brasil.

Marielle Franco, nascida e criada na favela da Maré e eleita pelo Partido Socialismo e Liberdade, vinha de um encontro com mulheres e ativistas negras quando foi morta por volta das 21h00. Ia acompanhada da assessora, numa viatura conduzida por Anderson Gomes. Imagens de câmaras de segurança mostraram que o carro foi perseguido por duas viaturas.

Poucos quilómetros depois, no centro do Rio, uma delas encostou no carro onde seguia a vereadora. Do banco de trás foram disparados 13 tiros, dos quais quatro atingiram Marielle, no pescoço e na cabeça, e três as costas de Anderson. Os dois faleceram imediatamente. A assessora escapou sem ferimentos graves.

A vereadora de 38 anos destacou-se pelo seu trabalho como defensora dos direitos humanos, e pelas suas denúncias contra a violência policial no Rio de Janeiro.

As investigações à sua morte continuam a decorrer desde a data do crime. Até ao momento, os dois presumíveis autores materiais do crime foram presos: os ex-polícias Élcio Queiroz e Ronnie Leça. Falta ainda determinar quem foi o autor moral.

ZAP // Lusa

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