O procurador de Manhattan acusou o príncipe André de fingir cooperar com a investigação norte-americana a Jeffrey Epstein, acusado de crimes sexuais, após os advogados garantirem que o filho da rainha Isabel II se ofereceu como testemunha.
“O príncipe André procurou hoje [segunda-feira], falsamente, apresentar-se a público ansioso por cooperar na investigação federal, quando se recusou repetidamente em agendar uma entrevista com as autoridades americanas e nos informou disso claramente. Já faz quase quatro meses desde que ele disse que não iria comparecer numa entrevista“, destacou o procurador, Geoffrey Berman, no Twitter.
Geoffrey Berman disse ainda que “se o príncipe André está de facto comprometido em cooperar com a investigação federal que está a decorrer, as portas permanecem abertas”.
As declarações surgiram depois de os advogados do duque de York revelarem que este se ofereceu para ajudar o Departamento de Justiça (DOJ) dos EUA por três vezes como testemunha no processo contra Epstein.
Num depoimento, os advogados da sociedade Blackfords dizem que “o DOJ esclareceu que [o príncipe] não é e nunca foi um alvo da sua investigação criminal a Epstein e que eles pretendiam a sua colaboração voluntária e confidencial“.
“O duque de York ofereceu a sua assistência em pelo menos três ocasiões este ano como testemunha ao DOJ. Infelizmente, o DOJ reagiu às duas primeiras ofertas rompendo as suas próprias regras de confidencialidade e alegando que o Duque não tinha oferecido qualquer colaboração”, acrescentaram.
Em 2015, o nome do príncipe André foi mencionado num caso de alegado abuso sexual de menores nos Estados Unidos, envolvimento que foi desmentido pelo Palácio de Buckingham. André é acusado de ter abusado sexualmente de Virginia Giuffre, uma jovem que na altura tinha 17 anos. O caso remonta ao dia 10 de março de 2001.
Jeffrey Epstein foi detido em Nova Jersey, no dia 6 de julho, e a polícia encontrou diversas fotografias de raparigas nuas na sua mansão, em Nova Iorque. O bilionário de 66 anos tinha uma rede poderosa de amigos, entre eles o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o antigo presidente Bill Clinton.
Jeffrey Epstein já se tinha declarado culpado de abusar sexualmente várias raparigas em Nova Iorque e Florida no início dos anos 2000.
ZAP // Lusa