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“Ataque contra a imprensa livre.” Justiça brasileira acusa jornalista Glenn Greenwald de cometer cibercrimes

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gageskidmore / Flickr

Glenn Greenwald

O Ministério Público Federal acusou o jornalista Glenn Greenwald por “auxiliar, orientar e incentivar” um grupo de hackers que acedeu aos telemóveis do ex-juiz e ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e dos procuradores da operação Lava Jato.

O Ministério Público Federal informou, em comunicado, que o jornalista Glenn Greenwald, cofundador do portal The Intercept Brasil, foi denunciado juntamente com outras seis pessoas por crimes vinculados à “invasão de telemóveis de autoridades brasileiras”, num caso que veio à tona em meados de 2019.

Segundo o Público, os acusados são suspeitos ainda de integrarem uma organização criminosa, de prática de branqueamento de capitais e de interseções telefónicas. “O jornalista Glenn Greenwald também foi denunciado, embora não investigado nem indiciado. Para o MPF, ficou comprovado que ele auxiliou, incentivou e orientou o grupo durante o período das invasões.”

As mensagens publicadas pelo The Intercept Brasil, que puseram em causa o distanciamento e imparcialidade de Sergio Moro, sugeriam que o juiz interferiu no curso das investigações.

De acordo com o The New York Times, Greenwald é acusado de fazer parte de uma “organização criminosa” que invadiu os telemóveis de vários procuradores e outras autoridades públicas no ano passado.

O jornalista norte-americano já reagiu no Twitter, dizendo que as acusações são “uma tentativa óbvia de atacar a imprensa livre em retaliação pelas revelações que foram divulgadas sobre Moro e o Governo Bolsonaro”.

Não seremos intimidados por estas tentativas tiranas de silenciar jornalistas. Estou a trabalhar agora em novas histórias e relatórios e continuarei a fazer o meu trabalho jornalístico. Muitos brasileiros sacrificaram a sua liberdade e até a sua vida pela democracia brasileira e sinto a obrigação de continuar esse trabalho”, acrescenta.

Na mesma rede social, Greenwald publicou um vídeo acusa vários membros do governo de Jair Bolsonaro, e o próprio Presidente, de “não acreditarem numa imprensa livre” ou na democracia, e de defenderem a ditadura militar. Sobre Moro, o jornalista diz que este está a abusar do seu poder para “castigar os inimigos políticos do Governo”.

Além disso, adianta que a polícia investigou há vários meses as fontes do trabalho do The Intercept Brasil e concluiu que os jornalistas não cometeram nenhum tipo de crime e que a investigação é legítima.

Contudo, na denúncia, os procuradores afirmam que o The Intercept Brasil fez mais do que apenas receber mensagens hackeadas e supervisionar a publicação das informações. Greenwald desempenhou um “papel claro na facilitação da prática de um crime”.

ZAP //

1 Comment

  1. Análise de conversar gravadas funciona para todos os lados. Foi descoberta uma gravação do referido Greenwald conversando com, e orientando os “Hackers”, mas acho que o Greenwald deve achar que essas gravações devam ser desconsideradas, só as que ele ajudou a fazer que devem ser levadas em conta. A reportagem deveria mencionar estas gravações. Greenwald só foi denunciado e não indiciado, porque o ministro do Supremo brasileiro o Sr Gilmar Mendes, de claro viés de esquerda e contrário ao governo e as prisões da lava jato, deu carta branca a esta pessoa, proibindo investigação sobre o mesmo. As gravações foram encontradas durante investigação de um dos Hackers.

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