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Julien Assange detido em Londres

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wheelzwheeler / Flickr

Julian Assange, fundador do WikiLeaks

O Equador decidiu retirar o asilo diplomático a Julian Assage, fundador do WikiLeaks, revelou esta quinta-feira o presidente equatoriano Lenin Moreno. Em seguida, a polícia prendeu o jornalista na embaixada do Equador em Londres. 

“[Assange] foi detido e está sob custódia numa esquadra da polícia no centro de Londres, onde permanecerá antes de ser levado à Corte de Magistrados de Westminster o mais rápido possível”, pode ler-se num comunicado da Polícia Metropolitana Britânica.

Por sua vez, o WikiLeaks revelou que o seu fundador não deixou a embaixada, tendo sido antes o embaixador do Equador a convidar os oficiais britânicos a entrar no edifício, onde e Assange “foi imediatamente detido”. O Wikileaks considera que “o Equador terminou ilegalmente o asilo político de Assange violando a lei internacional”.

O ministro do Interior do Reino Unido, Sajid Javid, assegurou que o jornalista de origem australiana irá enfrentar a justiça no território do Reino Unido.

“Quase sete anos depois de entrar na embaixada equatoriana, posso confirmar que Julian Assange se encontra agora sob a custódia da polícia e a enfrentar a justiça no Reino Unido. Quero agradecer ao Equador pela cooperação e à polícia metropolitana pelo seu profissionalismo. Ninguém está acima da lei”, escreveu na sua conta de Twitter.

Tal como recorda a britânica BBC, já circulavam há meses rumores de que Assange estaria perto de abandonar a embaixada do Equador em Londres. O jornalista teve quase sete anos asilado nestas instalações diplomáticas.

Na passada terça-feira, o Presidente do Equador disse que Julian Assange violou “muitas vezes” o acordo de coabitação para garantir a sua estada no edifício diplomático.

O WikiLeaks reagiu, dizendo que as acusações feitas por Moreno surgiram depois de o portal ter tornado público um relatório sobre alegadas implicações do líder latino-americano num esquema de corrupção apelidado INA Papers.

Nesta terça-feira, o WikiLeaks denunciou que o seu fundador estava a ser espionado pelo governo de Moreno na sala diplomática, apresentando como prova partes de vídeos e fotografias de câmaras de vigilância das reuniões privadas do ativista.

Assange estava desde agosto de 2012 na embaixada do Equador em Londres, depois de aquele país sul-americano lhe ter concedido asilo político na sequência das acusações de que é alvo nos Estados Unidos devido à publicação de documentos diplomáticos norte-americanos através do Wikileaks.

ZAP //

21 Comments

  1. ou seja, prenderam um jornalista, cujo crime foi divulgar as trafulhices de uns quantos Estados e seus mandantes.

    é esta a democracia que tanto apregoam que existe nas sociedades ocidentais.

    bando de hipócritas, começando por grande parte dos supostos jornalistas que o deviam defender e se insurgirem contra tudo isto.

      • Caro Eu!,
        Perante uma dúvida, “o que está correcto” não pode ser tomado como sendo a sua opinião, nem a do editor A, jornalista B, ou leitor C.
        Perante uma dúvida, alguma coisa, e sempre a mesma, tem que ser tomada como referência.
        A nossa referência é o Priberam. Na dúvida, é a ferramenta que consultamos. Tem-nos prestado um bom serviço.
        Portanto, sim.
        Se está no Priberam é porque está correcto.

      • Sabem muito bem que ninguém em Portugal usa a palavra “espionar”, mas sim “espiar”!
        Mas ok… continuem lá a “poluir” o ZAP com expressões brasileiras só porque estão no Priberam…

  2. Mais um que se achava intocável, cometeu um erro, foi ameaçar quem lhe deu protecção.

    Agora vai-te queixar ao carxxho.

    • Se não andasses a dormir tinhas percebido que o presidente do Equador mudou e com ele mudou também a atitude relativamente ao Assange!..

      • O presidente do Equador mudou há exatamente 2 anos. Ou a atitude mudou muito muito devagar, ou alguém anda de facto a dormir…

      • Exacto, e de há 2 anos para cá que começam os problemas entre o Assange e o Equador que terminaram nisto!…

  3. Este não é caso único de falta de apoio a quem quer que a justiça funcione.
    Grande crime o de denunciar as atrocidades feitas pelos governantes e poderosos.
    Entretanto os verdadeiros criminosos continuam libertos.
    Aconteceu o mesmo com as desonestidades do futebol e, há bastante mais tempo, ainda não funcionava a internet para denunciar estes crimes, lembro o caso das facturas falsas (ENGIL), o condenado foi o delator, o criminoso ficou impune.
    Mas há muitos mais exemplos.
    Estes comportamentos só atestam para uma compensação do crime, ser criminoso é o que está a dar.
    Ainda se falava da PIDE…

  4. Estranho alguns comentários aqui. O Assange não foi detido por ter publicado documentos, mas sim por ser cúmplice em ROUBAR segredos de estado. A liberdade da imprensa é um direito que deve ser protegido. Mas ser cúmplice em roubar segredos de estado não está incluído nessa liberdade. Não importa que seja os USA ou qualquer outro país. Portugal não reagiria da mesma forma?
    A linha entre a liberdade e a violação é por vezes confusa, mas não pode ser ultrapassada. Se não, todos corremos o rico de ser vítimas: países, empresas, cidadãos.
    Devemos proteger sim os chamados “whistle blowers”, ou seja, quem está lá dentro e é testemunha de graves violações às leis. Mesmo assim, quem julga a diferença entre o que é realmente imoral e ilegal, ou o que é simplesmente uma agenda política ideologicamente diferente?
    Resumindo, antes de se julgar, devemos refletir.

  5. Dei a minha opinião sobre o assunto em questão, mas alguém denunciou o meu comentário e desapareceu. Porquê? Não importa! Eu sempre fui contra o terrorismo ou pirataria informática, donde quer que venha. Agora, até lhe chamam de jornalismo. Enfim, os gostos são relativos e não se discutem! Tchau…

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