Christian Bruna / Lusa
O chefe de Estado da Áustria nomeou a presidente do Tribunal Constitucional como líder interina do Governo até às eleições antecipadas de setembro, após o escândalo Ibiza-gate, que derrubou o Executivo anterior.
A decisão do Presidente Alexander Van der Bellen de nomear Brigitte Bierlein como primeira-ministra interina aconteceu após a aprovação da moção de censura ao Governo do conservador Sebastian Kurz, na segunda-feira, no Parlamento austríaco.
A moção de censura passou com os votos dos sociais-democratas e dos nacionalistas do FPÖ. A crise política começou devido a um vídeo comprometedor do líder nacionalista Heinz-Christian Strache (FPÖ), que era o número dois do executivo austríaco.
No vídeo, Strache foi filmado, por uma câmara oculta, a prometer a uma suposta sobrinha de um milionário russo, alguns meses antes das eleições legislativas austríacas de 2017, a adjudicação de contratos públicos em troca de apoio financeiro e mediático ao seu partido.
O escândalo veio perturbar a cena política austríaca e levou à demissão de Strache de todos os seus cargos, incluindo o de vice-chanceler e o de líder do partido de extrema-direita, e posteriormente à saída do governo de todos os ministros do FPÖ.
Perante o fim da coligação entre o seu Partido Popular Austríaco (ÖVP), de direita, e o Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ), de extrema-direita, Kurz anunciou a realização de eleições antecipadas, o que não impediu a queda do Governo numa moção de censura na segunda-feira.
Brigitte Bierlein é presidente do Tribunal Constitucional da Áustria desde fevereiro de 2018. A juíza irá propor um gabinete para Van der Bellen e será a primeira primeira-ministra na história da Áustria.
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