/

Juiz informou Cavaco de escutas ao genro no caso Face Oculta

11

presidencia.pt

O ex-Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva

O ex-assessor de Cavaco Silva, Fernando Lima, revela no seu livro de memórias que o ex-Presidente da República foi informado por um magistrado, em 2009, de que o seu genro fazia parte das escutas do caso “Face Oculta”.

A revelação é divulgada pelo Diário de Notícias na véspera do lançamento do livro “A sombra da Presidência – relato de 10 anos em Belém”, que chega às livrarias esta quinta-feira.

“Quando a transcrição das escutas do Face Oculta foi divulgada, em Fevereiro de 2010, para Cavaco Silva não constituía uma novidade que nelas constasse o nome de Luís Montez“, genro do então Presidente da República, escreve Fernando Lima na obra que aborda os 10 anos em que foi assessor de Cavaco, citado pelo DN.

“Em meados de Outubro de 2009, fora informado por um magistrado de que esse processo incluía uma alusão ao seu genro, uma vez que no negócio da PT/TVI estava ainda previsto ser-lhe atribuída uma das rádios da Media Capital, pertencente à Prisa”, acrescenta.

Sócrates e a sua “poderosa e invisível máquina”

No livro, Fernando Lima fala ainda da “poderosa e invisível máquina dos socialistas” para denegrir quem se “atravessasse” no seu caminho, nomeando as “vigilâncias” a Belém.

“O poder invisível de quem vigia ultrapassa a imaginação”, escreve o ex-assessor de Cavaco, dedicando quatro dos 19 capítulos do livro ao chamado “caso das escutas”, desencadeado em Agosto de 2009 com uma notícia do “Público”, segundo a qual a Presidência suspeitava estar a ser vigiada.

Recordando que na sua desconfiança sobre “uma possível vigilância a Belém” não era uma voz isolada, citando denúncias de deputados, advogados, juízes e magistrados de “processos incómodos para Sócrates”, Fernando Lima detalha situações que lhe permitiram confirmar que se encontrava “sob a mira do poder socialista”, recuando até Abril de 2007, quando foi publicado na revista do Expresso um texto em que lhe foram feitas “referências insultuosas”, embora sem citar o seu nome.

“A diabolização da minha pessoa fazia parte da estratégia socrática para dominar o espaço informativo da última semana da campanha eleitoral”, sublinha Fernando Lima, que dizia estar “sob a mira do poder socialista”.

O cerco a Cavaco e o “autoritarismo oculto”

O ex-assessor de Cavaco reforça que aos socialistas não interessava “um poder forte em Belém e, muito menos, um Presidente que quisesse passar por impoluto”.

Reconhecendo que Sócrates “soube cercar o Presidente”, o antigo assessor lembra como as notícias sobre as mais-valias no âmbito do BPN marcaram o ex-Presidente e a sua família.

Um dos primeiros casos relatados por Fernando Lima refere-se ao Tratado de Lisboa e à “encenação criada para proteger o primeiro-ministro de falhar um compromisso eleitoral”, depois de José Sócrates ter prometido convocar uma consulta popular sobre o tratado e isso não se ter concretizado.

A “intervenção directa e decisiva do Presidente” para demover o Governo de construir um novo aeroporto na Ota e “as tentativas do Governo para controlar o sector bancário” fazem também parte do livro de Fernando Lima, que foi assessor e adjunto de Cavaco Silva quando este foi primeiro-ministro (1986-1995) e Presidente da República (2006-2016).

“Paulatinamente, foi-se criando um autoritarismo oculto que exercia o seu controlo sobre o Estado, a finança, o sector judiciário e as informações”, escreve Fernando Lima.

Entre as 430 páginas que Fernando Lima escreveu é também abordado o “cerco ao Presidente” no caso BPN e o “desgaste” que a situação de Dias Loureiro provocou em Cavaco Silva, com o antigo assessor a revelar pormenores sobre como a TVI alegadamente colocava questões em coordenação com o Governo sobre o caso.

Falando numa “ofensiva anti-Cavaco” e em tentativa de atingir a honorabilidade do Presidente, o antigo assessor recorda igualmente o caso PT/TVI e os rumores que circulavam sobre a intenção do Governo intervir na estação de televisão para alterar a linha editorial.

Segundo Fernando Lima, foi uma declaração de Cavaco Silva sobre o caso que “desfere o golpe final” nas intenções do Governo, quando se preparava a entrada da Ongoing no capital da Media Capital, operação que resultaria da conjugação de apoios financeiros entre a PT e o BES.

“Este é o livro que não gostaria de ter escrito, mas este é o livro que tive de escrever”, lê-se logo na primeira linha da introdução.

ZAP / Lusa

11 Comments

  1. Um merdas que não merece crédito algum, este Fernando Lima.
    Que esperar de alguém que não soube fazer “o trabalho de casa” para entalar Sócrates com a história aldrabona das “escutas” a Belém. O homem deve estar mesmo desesperado pra vender uns livritos e, por isso, fala num tom protector do seu “dono”, Cavaco, que na ocasião deu-lhe um chuto e “despachou-o” pra canto.
    Como esta personagem é um embuste e perdeu a credibilidade moral, porque se lixou na trafulhice que ele próprio criou, surge agora defendendo o “dono”, certamente na esperança que talvez este (Cavaco) ainda tenha influencias pra lhe impingir uns livritos, além disso, acho estranho a regularidade (eventualmente estratégica ) com que têm surgido notícias deste grunho ultimamente.
    Bem dizia Cavaco ” eu nunca me engano e raramente tenho duvidas “, pudera, eu também não teria, se gozasse do privilégio de me darem informações bem antes dos outros saberem, ainda por cima por um magistrado. Por estas e por outras é que se foi safando como no caso das suas acções no BPN, vendendo-as na vespera do Banco ir pelo cano. Lá está, o homem “nunca se enganava”, porque seria?

  2. Mas quem é este indivíduo? Que relevância tem a revelação destas banalidades, aliás baseadas em meras conjeturas sem qualquer suporte factual?
    Não morro de amores por Sócrates e acho que o seu comportamento político foi dominado pela arrogância e pelo autoritarismo, o que considero pouco socialista e nada democrático. O resto, é com a justiça.
    Mas, Cavaco Silva, foi também uma grande desilusão como PR. Passávamos bem sem ele. As suas mais-valias anormais no BPN não foram uma realidade? Foram uma invenção de Sócrates? Por acaso, o dono desse banco não tinha sido a maior nódoa do cavaquismo, ao perdoar as dívidas fiscais à Cerâmica Campos, uma década antes?
    Este Fernando Lima que se deixe de “escritarias” encomendadas e ressabiadas. O tempo da intriga já lá vai. Este é um tempo novo, pelo menos nesse aspeto e por enquanto!

  3. A tristeza do pior que se pode imaginar sobre a já muito triste e depauperada condição….HUMANA??? começo a ter pena de não ter nascido CÃO ou CAVALO, talvez mesmo RÉPTIL, ATÉ MESMO osga PEÇONHENTA. Muita GENTE se sente frustrada com estas inqualificàveis “personagens” e agentes de INSTITUIÇÕES que, supostamente, deveriam ser RESPEITÁVEIS e dar-se ao RESPEITO. É que toda esta BADALHOQUEIRA é dada à estampa publica despudoradamente por quem deveria ter a minima decência de RESERVA. NÃO INTERESSA À MULHER DE CÉSAR SER SÉRIA, BASTA PARECER…MAS, NESTE CASO, NEM ISSO.

  4. Pois eu não me admiro nada que ele tenha sido avisado como foram todos os caso.
    o Sócrates também só teve um jantar de amigo com ex-procurador que o avisou que iria ser preso. alias mim ninguém me diz que ele é inocente é luvas em todo lado.

  5. Pelos vistos o Sócrates estava-se a transformar num espião ao serviço talvez do KGB a exemplo do outro caçado em Itália a vender informação aos russos, deve por aqui andar mãozinha comuna à mistura ou mão Madura!

  6. Mais um juiz, sao todos honestos……, so o nao sao para foder o Ze. Ja agora digam o nome do juiz, e alguém que corra com ele da justiça para fora. Isto so bem provar que , juízes ,(salvo raras execpcoes, que felizmente as ha) politcos e grandes empresários, tudo amigalhaços. Por algum motivo quando políticos ou grandes capitalistas recorrem de decisões judiciais que lhes sao desfavoráveis, chegam aos tribunais superiores, batem todas no tecto, E a porca da politica.

  7. É realmente lamentável ver um “ex-assessor” do PR a dizer estas barbaridades. Mesmo depois das “zangas” entre ambos. Ainda para mais, assessor de um presidente-múmia que apenas teve intervenções a apoiar o neoliberalismo selvagem.
    Não deixa de ser curioso falar da OnGoing. O grande ofendido no processo PT/TVI/OnGoing, José Eduardo Moniz (apenas, por acaso, marido de Manuela Moura Guedes), deixa a TVI, zangado, vilipendiado e vai para… a OnGoing. Que, também por acaso, hoje está falida. Claro, não que tenha havido qualquer aldrabice! Por acaso, alguém deste burgo investigou alguma coisa sobre o tema? Hummm, não me parece.
    E o controlo dos meios de comunicação social? Alguém já viu, mesmo nos tempos de Cavaco Silva, um controlo tão eficaz da comunicação social como o PDS/CDS tem agora, mesmo não sendo governo?
    Um amigo meu, diria AMIGO, disse-me, quando Passos Coelho ganhou a eleições com Paulo Portas: “o gajo [Sócrates] não era flor que cheirasse, mas vamos ter saudades dele”.
    A actuação da anterior governo [PSD/CDS] (devotado a apoiar a hegemonia germânica – outrora com canhões, tanques e aviões, hoje através economia), só pode deixar saudades do Governo Sócrates.
    Como costumo dizer, o sistema capitalista teve TODAS, mas TODAS, as oportunidades (eu próprio acreditei que tal iria acontecer), em 1989, quando o muro de Berlim caiu. Mas, em vez de seguir políticas Keinesianas, seguiu políticas Friedmanitas [ver as opções económicas de Milton Friedman]. O resultado está à vista. E, uma vez mais, “por acaso”, não é bom.
    Só me ocorre uma recomendação: haja vergonha!
    Quem estiver interessado, veja, por favor, https://diem25.org/home-pt/, talvez uma das poucas esperanças do mundo moderno.
    Muito mais haveria a dizer, mas também não quero tornar esta comentário enfadonho.
    Haja esperança, como soe dizer-se a última a morrer!

  8. Tivemos o azar de ser governados muito tempo aliás demasiado tempo por Salazar, Homem Sério, austero que cometeu alguns pecados capitais o primeiro foras as guerras nas colonias que consumiram grandes recursos vitais para desenvolver o País, Águedas inúteis que só eram mantidas para proteger uma quantidade de gente na maioria sem escrúpulos que pasme-se nem se consideravam Portugueses, os mesmos com quem depois o País volta a gastar milhões centenas de milhar de milhões de contos com o seu repatriamento ora se não eram portugueses deviam de ter lá ficado e se não tivessem culpas no cartório nada lhe acontecia com não aconteceu aos que lá se mantiveram. Ca chegados foram colocadas em Hotéis que foram roubados aos seus donos fruto de expropriações selvagem ao abrigo de leis feitas pela nova vaga de ladroes que nos governam desde essa altura, comeram beberam nada pagaram tudo dado depois distribuíramos dinheiro a potes para os mesmos montarem Negocios sem nada pagarem uma grande maioria agarraram nesse dinheiro e fugiram para outros países os que cá permaneceram com os negócios 98./. Faliram se não tivessem sido repatriados logo não teríamos o azar de ter por cá o sabe tudo como ministro das finanças, Primeiro Ministro, E Presidente da República das bananas um idiota que se rodeou da maior quadrilha já mais vista que nada quiseram saber do povo é só velos todos magnatas os quais continuam a ser os donos disto tudo, esses finórios serviram-se de idiomas para fazer o trabalho sujo criar inventoras para se perpetuar no galinheiro mor refiro-me a este livro onde só constam estórias que são um esterco

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.