Judeus celebram Páscoa para lembrar saída do Egito

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Os judeus celebram a Páscoa para marcar a libertação do povo do cativeiro no Egipto.

Os judeus celebram a Páscoa para marcar a libertação do povo do cativeiro no Egipto.

Tal como os cristãos, a comunidade judaica também se prepara para celebrar a Páscoa (Pessach), a mais importante das suas festividades que assinala a libertação dos judeus do Egito e não a ressurreição de um judeu chamado Jesus.

“O facto mais importante, com o qual todos concordam e que não devem esquecer, é a história da Pessach (passagem, ou Páscoa) e o valor de liberdade que nos foi concedido. Qualquer que seja o tipo de judeu, esta história une-nos e lembra-nos dos melhores dias que virão”, explicou à Lusa o presidente da Comunidade Israelita do Porto (CIP), Dale Jeffries.

Também o rabino da CIP, Daniel Litvak, destacou que “a comunidade judia do Porto conta não só com judeus muito devotos mas também com os menos praticantes, trabalhando todos num esforço conjunto para preservar a identidade, a tradição e a mensagem de liberdade que representa a festa da Pessach”.

Os portugueses, tradicionalmente cristãos, preparam-se para celebrar a Semana Santa, a culminar no domingo de Páscoa, e manda a tradição que o almoço seja cordeiro assado; o mesmo alimento que, reza o livro do Êxodo da Torá (o mesmo do Antigo Testamento da Bíblia), Deus terá dito para os judeus comerem, antes de lançar a sua décima praga sobre o Egito, há cerca de 3.500 anos, assinalando-se então a primeira Pessach.

Seder

Atualmente nas comunidades religiosas, os judeus não comem cordeiro “assado” (ritual reservado para a época do Templo de Jerusalém) mas no jantar cerimonial de Seder – o ponto alto da festividade de Pessach – é colocado simbolicamente num prato especial um osso de cordeiro ou frango (Zeroá).

No mesmo prato é também colocado um ovo cozido (Beitzá) que representa a vida, a roda do destino e a tristeza pela destruição do Templo, ervas amargas (Maror) que simbolizam a amargura provocada pelos egípcios aos antepassados dos judeus, argamassa (Charosset) semelhante àquela com que os escravos judeus fizeram as pirâmides, cebola/batata/salsa (Karpas), simbolizando a esperança da libertação que se renova e alface (Chazeret), como as verduras que cresciam na Terra de Israel.

Toda a cerimónia de Seder, durante a qual é narrado o Hagadá – o texto que contém a história da libertação, conforme descrito no livro do Êxodo – é regada a vinho e manda a tradição que em quantidade suficiente para que cada um possa ter a sua taça cheia quatro vezes.

Páscoa Judaica

Os alimentos fermentados (Chamets) estão proibidos em todo o período da Pessach, sendo retirados das casas e simbolicamente queimados, devendo-se comer Matza (pão ou bolacha sem fermento).

Este ano a comemoração da Páscoa Judaica inicia-se a 14 de abril e estende-se até dia 21, sendo nos dois primeiros e nos dois últimos que se realizam os serviços religiosos nas sinagogas, nomeadamente o Seder.

Na CIP, o jantar cerimonial de Seder de dia 14 irá contar com cerca de 60 pessoas e a comida será Casher, ou seja, produzida e confecionada de acordo com a lei judaica e sob a supervisão do rabino Daniel Litvak.

Os membros mais devotos da CIP permanecem em Portugal apenas nos dois primeiros dias de Pessach, vivendo o resto das festividades em comunidades maiores e mais religiosas como as de Londres ou Israel.

/Lusa

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