O banco JPMorgan Chase anunciou na sexta-feira que vai pagar 4,5 mil milhões de dólares (3,3 mil milhões de euros) a 21 investidores institucionais para acabar com um contencioso sobre títulos garantidos por crédito imobiliário de má qualidade.
Entre os investidores com quem o banco norte-americano chegou a acordo estão Fannie Mae, Freddie Mac, Goldman Sachs, ING e BlackRock, bem como fundos de pensões, bancos regionais alemães, companhias de seguros, como Prudential e Metropolitan Life, e fundos de investimento.
Com este acordo, o JPMorgan Chase indemniza estes investidores das perdas que sofreram em resultado da aquisição de 330 produtos financeiros derivados daqueles créditos imobiliários de qualidade inferior (‘subprime’ em Inglês), que tinham sido vendidos por este banco e a sua filial Bear Stearns entre 2005 e 2008, antes do ponto alto da crise financeira.
Mas o acordo não termina com os processos judiciais associados a este tipo de produtos vendidos no mesmo período pela Washington Mutual, que também foi comprada pelo JPMorgan Chase em 2008.
Os investidores envolvidos acusavam o JPMorgan e as suas duas filiais de lhes terem vendido títulos, escondendo o facto de estarem suportados por créditos imobiliários de risco muito elevado.
O acordo ainda tem de ser validado por um juiz.
Este banco, que é o maior dos EUA em termos de ativos, afirma ter “reservas financeiras suficientes” para cumprir o acordo e enfrentar os outros numerosos processos, em curso, resultantes de produtos baseados no ‘subprime’.
O JPMorgan Chase ainda está a negociar com o governo federal, vários governos estaduais dos EUA e diversas agências governamentais um acordo, ainda devido ao ‘subprime’, que pode envolver, segundo a imprensa norte-americana, uma verba de 13 mil milhões de dólares.
Este montante, porém, inclui os 5,1 mil milhões de dólares que o banco já disse ir pagar às agências para-públicas de refinanciamento hipotecário, Freddie Mac e Fannie Mae.
Os ‘subprime’ foram uma das causas da grave crise financeira que ocorreu em 2008 nos EUA e colocou o país na recessão.
Questionado por acontecimentos semelhantes, o Bank of America tinha, em 2011, concluído um acordo amigável com um grupo de investidores, mediante o qual pagou 8,5 mil milhões de dólares.
Ex-banco modelo da praça financeira norte-americana de Wall Street, o JPMorgan teve também recentemente de pagar mais de mil milhões de dólares de multa nos EUA no âmbito de um processo de má supervisão interna, que lhe tinha causado perdas multibilionárias na praça de Londres.
Além destes casos, o JPMorgan enfrenta ainda uma acumulação de inquéritos e queixas na corretagem de energia e por suspeitas de corrupção na China, entre outros problemas.
Estes problemas judiciários incitam o banco a procurar resoluções amigáveis, que lhe têm saído muito caras e lhe valeram a apresentação no terceiro trimestre do primeiro resultado negativo em 10 anos.
/Lusa
Então e o resto do mundo que foi arrastado pela mesma fraude também vai receber uma indemnização? Esse banco, e outros que tal, deviam ser simplesmente nacionalizados, esquartejados em pequenos bancos controláveis e depois reprivatizados aos poucos.