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Jornalista revela contas milionárias dos Papas e abusos sexuais no Vaticano

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Gianluizi Nuzzi / Facebook

O jornalista italiano Gianluizi Nuzzi.

“Dinheiro, sangue, sexo”. Eis os três pilares em que assenta o novo livro do jornalista italiano Gianluizi Nuzzi que, nos últimos 10 anos, tem investigado a história do Vaticano e que avança com novas revelações, envolvendo contas milionárias de Papas e abusos sexuais.

O livro “Peccato originale” (Pecado original na tradução para Português) foi lançado em Itália, nesta quinta-feira, 9 de Novembro, e está já a causar polémica. Isto porque inclui revelações muito inconvenientes para o Vaticano.

Um dos pontos mais incómodos da obra, para as altas instâncias da Igreja Católica, é o relato de um jovem polaco que viveu no pré-seminário do Vaticano, no Palácio São Carlo, onde residem muitos cardeais e onde se inicia a educação sacerdotal de adolescentes que revelam predisposição para a vida religiosa. Estes rapazes são, muitas vezes, os “meninos de coro” nas missas celebradas na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

O jovem polaco relata no livro como um ex-seminarista, que tinha autorização para permanecer no Palácio, costumava ir ao seu dormitório, praticamente todas as noites, para fazer sexo com o colega de quarto, que teria entre 17 e 18 anos e que se sentiria “obrigado a ceder às suas exigências”.

Este polaco que viveu no pré-seminário entre os 13 e os 18 anos revelou, ainda, a Nuzzi que o ex-seminarista contava com a confiança do bispo responsável pelo espaço e que exercia “uma forma de poder e de intimidação” sobre os mais jovens, com atitudes de bullying e imposição de “actos sexuais”.

O livro publica também as cartas que o jovem terá enviado ao Papa Francisco a denunciar a situação, concluindo que, apesar delas, nada terá sido feito no Vaticano.

Nuzzi contou em conferência de imprensa, que “outros dois testemunhos” corroboram a versão do jovem, realçando que o ex-seminarista acusado foi, recentemente, nomeado padre, conforme declarações divulgadas pelo Corriere della Sera.

“Peccato originale” também aborda aspectos financeiros e fala de contas de actuais e antigas altas figuras do Vaticano. O livro inclui, nomeadamente, documentos e extractos bancários que atestarão as alegadas contas milionárias dos Papas Paulo VI e João Paulo II e dos seus secretários pessoais.

Um livro sobre “os hereges” do Vaticano

“É um livro sobre os hereges na cúria, sobre os que adoram mais os negócios do que a palavra do Evangelho. Sobre esse bloco de poder que, como dizemos na capa do livro, dificulta a acção reformadora de Bergoglio. Não é coincidência que 90% da hierarquia não tenha mudado, como se esperaria após a renúncia de Bento XVI”, explica o jornalista ao Corriere della Sera.

https://twitter.com/GianluigiNuzzi/status/928904966802235392

Nuzzi tem dedicado os últimos dez anos a investigar o Vaticano e os seus meandros. Esse trabalho já originou quatro livros, contando “Peccato originale” – antes desta obra, lançou “Vaticano Spa”, “Sua Santidade, as cartas secretas de Bento XVI” e “Via Crucis”.

“Ainda havia muitos pontos perdidos na história do Vaticano que são relatados aqui”, refere Nuzzi sobre o novo livro, sublinhando que consultou “mais de 800 documentos originais do Vaticano”.

“O meu trabalho aborda um longo período da história da Igreja e concentra-se, em particular, em três aspectos: o papado de Paulo VI, a morte do papa Luciani e a demissão de Bento XVI”, diz Nuzzi ao Corriere della Sera.

A obra oferece, para cada um destes temas, “elementos novos e inacessíveis”, sustenta o jornalista que anunciou que entregaria a primeira cópia do livro directamente ao Promotor de Justiça do Vaticano. “Porque é justo que a autoridade judicial avalie os factos relatados no livro, para decidir se existem motivos para prosseguir”, constata.

SV, ZAP //

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5 Comments

  1. Mais uma acha p’ra fogueira mas novidade de conteúdos? NENHUMA!
    Como bem sabe qualquer “alma” que se interesse pelos “podres” da Igreja Católica, esses assuntos obscuros já foram trazidos à luz, muitas vezes e por diversos autores… em Portugal, Vergílio Ferreira levantou o véu quando editou “Manhã Submersa” em… 1954!!!

  2. O autor do livro tem que escrever tudo o que há de podre, tanto o podia atribuir à igreja catolica, como à igreja anglicana ou protestante, como há mais católicos para comprar o livro decidiu que era o Vaticano…o dinheiro é quem mais ordena.

  3. É de Louvar, aqui deixo o meu reconhecimento pessoal a todos aqueles que tem a coragem de colocar a nu toda miséria do vaticano. e das paroquias, senão vejamos padre Federico, Violou Matou e com ajuda de Deus consegui fujir para o Brasil.
    Santa Equisição
    Protocolo com Hitler

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