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Derrota para a Johnson&Johnson. Tribunal confirma indemnização milionária a mulheres com cancro

Um juiz do estado do Missuri, nos Estados Unidos, negou a pretensão da Johnson & Johnson para anular o veredicto de um júri que a condenou a pagar 4,7 mil milhões de dólares [4,1 mil milhões de euros] a cerca de duas dúzias de mulheres. As queixosas apontaram o pó de talco da empresa como responsável pelos seus cancros dos ovários.

O juiz Rex Burlison, em decisão tomada na quarta-feira, citou provas do que considerou uma “conduta particularmente repreensível” da Johnson & Johnson.

Burlison escreveu que “os defensores sabiam da presença de amianto nos produtos destinados a mães e bebés, sabiam do dano que causavam e falsificaram a segurança desses produtos durante décadas”.

Em julho, um júri tinha atribuído uma indemnização punitiva de 4,14 mil milhões de dólares (3,61 mil milhões de euros) e mais 550 milhões de dólares para compensar perdas a 22 mulheres e suas famílias no final de um julgamento que durou seis semanas.

Este processo é um de vários apresentados por milhares de mulheres que atribuem ao pó de talco da Johnson & Johnson os cancros que têm nos ovários. Outros processos acusam os produtos de talco de causarem mesoteliomas. A empresa tem negado que os seus produtos possam estar ligados a cancro.

Um porta-voz da empresa afirmou esta quinta-feira que a Johnson & Johnson vai apresentar um recurso no tribunal respetivo do Missuri. A decisão final pode demorar anos. O principal advogado das queixosas, Mark Lanier, salientou que a sentença de Burlison “citou a ciência, as provas e a lei em apoio de uma importante decisão que faz justiça a 22 vítimas de um cancro insidioso”.

Na semana passada, a Johnson & Johnson negou energicamente uma notícia da Reuters que indicava que o grupo sabia desde há décadas da existência de ligações entre o amianto e o seu pó de talco. Esta notícia provocou a queda acentuada das ações da empresa, que sofreu a pior queda num dia em 16 anos.

// Lusa

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