JMJ: Desapareceram 106 peregrinos de Angola e Cabo Verde

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Paulo Novais / Lusa

Segundo a Diocese de Leiria-Fátima, ausência dos 106 peregrinos foi notada durante evento local de antevisão à Jornada Mundial da Juventude.

Um grupo de 106 peregrinos de Angola e Cabo Verde, que tinham sido acolhidos em três paróquias da diocese de Leiria-Fátima, foi dado como desaparecido pela organização esta segunda-feira.

Em comunicado, a Diocese de Leiria-Fátima confirma “a ausência de 106 peregrinos dos grupos estrangeiros de nacionalidade angolana e cabo-verdiana acolhidos em três paróquias da Diocese”.

Segundo a nota, a situação anormal “requereu uma atenção especial da parte da organização diocesana” e foi reportada ” às competentes autoridades de segurança que, desde então, têm assumido as diligências exigíveis e necessárias”.

A ausência dos peregrinos foi notada no decorrer do evento “Dias nas Dioceses“, de antevisão à Jornada Mundial da Juventude, que “levou à movimentação de milhares de pessoas em todas as paróquias de Leiria” e que teve o seu ponto alto na realização do evento “Leiria Faith n’ Fun”.

A organização da Jornada Mundial da Juventude disse à Lusa “estar a acompanhar a não comparência” dos 106 peregrinosno evento.

Em declarações ao Expresso, uma fonte judicial adianta que “em tese, estes peregrinos não estarão em situação ilegal no nosso país.  Para virem à JMJ, terão pedido um visto de curta duração, que pode ser de um a três meses.”

Ou seja, diz a mesma fonte, durante este período os peregrinos estarão em situação regular quer em Portugal quer no Espaço Schengen . “Só não terão indicado aos organizadores do evento onde se encontram”, nota a fonte.

Também uma fonte do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) afirmou à Lusa que este organismo não foi contactado e que os 106 peregrinos não estão em situação irregular, uma vez que têm um visto válido de curta duração, por três meses, pelo que podem circular no espaço Schengen.

Por sua vez, fonte da GNR disse à Lusa que esta força de segurança não foi contactada, mas está “em articulação” com o Sistema de Segurança Interna.

Contactadas pela Lusa, fontes das embaixadas de Angola e Cabo Verde em Lisboa indicaram desconhecer a situação, uma vez que a deslocação destes peregrinos é enquadrada pelas igrejas.

Cinco angolanos não querem voltar

Em declarações à TSF, o bispo de Cabinda, em Angola, Belmiro Chissengueti, que chefia a delegação angolana, avança que pelo menos 5 peregrinos angolanos, que chegaram a Lisboa para a JMJ, já abandonaram a delegação em que viajavam e não tencionam regressar a Luanda.

“Daquilo que tenho conhecimento, pelo menos esses cinco. A informação já está com a polícia, vamos ver o que fazer com o grupo de Leiria para que isso seja tratado pelas autoridades competentes e ajudem ao necessário seguimento”, detalhou o bispo.

Belmiro Chissengueti crítica as autoridades portuguesas por não especificarem as nacionalidades dos peregrinos, acabando por tratar os africanos como um todo.

“A notícia de 106 angolanos e cabo-verdianos que fugiram peca pelo facto de não ser específica. Podem ter fugido 106 angolanos e cabo-verdianos ou 105 angolanos e um cabo-verdiano, são 106 na mesma, mas é preciso especificar quantos cabo-verdianos são efetivamente, quais e quem são e quantos angolanos. Seria bom haver um certo cuidado na informação”, salienta o bispo à TSF.

O chefe da delegação angolana realça que “Cabo Verde não é Angola e que Angola não é Cabo Verde, e haverá certamente mais casos, pelo que o melhor será especificar a informação”.

Quase 80 mil já estão em Lisboa

Cerca de 78 mil peregrinos inscritos na JMJ já chegaram a Lisboa para o encontro de jovens com o Papa, informou a organização esta segunda-feira.

Pelo menos 1.518 angolanos, residentes em Angola e na diáspora, inscreveram-se para participar na JMJ Lisboa 2023 e a partir de Luanda devem embarcar 518 peregrinos para este encontro com o Papa Francisco. De Cabo Verde, está prevista a participação de um total de 913 cabo-verdianos, incluindo religiosos.

A um dia do início da JMJ, a organização informou que “um total de 3.110 grupos, que representam 78 mil peregrinos inscritos na JMJ Lisboa 2023, já realizou o check in para o encontro”.

Desse total, 351 grupos, representando 10.700 peregrinos, fizeram a entrada nas paróquias das chamadas dioceses de acolhimento — Lisboa, Santarém e Setúbal.

Segundo os últimos números divulgados pela organização da JMJ Lisboa 2023, estão inscritos mais de 313 mil peregrinos de todos os continentes.

O Papa Francisco tem chegada prevista a Lisboa na quarta-feira, permanecendo em Portugal até domingo, dia do encerramento da JMJ.

ZAP // Lusa

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6 Comments

  1. Eu sabia que era uma oportunidade para fugirem dos seus países, mas ficando cá quem os irá sustentar? Nós? Era só o que faltava.. Assim não serão cinco mas muuuuuitos mais.

  2. Claro que somos nós!, são mais cinco a pendurarem-se na chucha da SS. Só não vê quem não quer, a JMJ foi a grande oportunidade para saírem dos seus países sem problema e sob o chapéu da JMJ. que maravilha.

  3. Vão ficar por cá muitos. Penso que será uma boa oportunidade para se instalarem em Portugal e não voltarem mais aos “paraisos” dos seus paises.

  4. Muitos não regressarão, e já muitos vêm com tudo preparado para ficar na Europa e principalmente em Portugal que sabem que é um Pais que acolhe e ajuda os de fora e Explora e escorraça os de Dentro, até 2030 Portugal certamente já não terá Portugueses a viver (os Reformados claro que ficarão ) mas sim será um Pais povoado com Povos de outros paises

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