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Jerónimo de Sousa critica 22 vezes o PS em discurso de nove páginas

Miguel A. Lopes/ Lusa

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa

O secretário-geral do PCP criticou, no domingo, 22 vezes o PS e as opções do Governo, seja pelas alterações à lei laboral, com o PSD e o CDS, seja “pela obsessão com o défice”.

Jerónimo de Sousa discursou longamente no encerramento da 10.ª assembleia da Organização Regional de Setúbal do PCP, no Barreiro, distrito de Setúbal, e insistiu nas críticas ao executivo do PS, que tem apoiado no parlamento.

Sempre que Jerónimo se referiu ao PS, ao longo das nove páginas de discurso, era para criticar as opções dos socialistas e isso aconteceu pelo menos duas vezes, parte delas por ter buscado apoio a medidas ao PSD e ao CDS.

O PS fez, como o PSD e o CDS, “uma política de direita e integração capitalista europeia”, assim como “resistiu” a reverter a legislação laboral, ou por ter ficado “em cima do muro” quanto às mudanças no Serviço Nacional de Saúde, afirmou.

Outra crítica de Jerónimo de Sousa ao PS radica na “tentativa de impor” a descentralização de poderes para as autarquias, “com o apoio do PSD”.

E mesmo “os avanços” reivindicados pelos comunistas, como a reposição de rendimentos ou reduzir as taxas moderadoras na saúde, por exemplo, só foram possíveis por “o Governo minoritário do PS não ter as mãos completamente livres para impor a sua vontade”.

Eleições de 2019 são uma “única batalha”

O líder do PCP pediu ainda que as três eleições deste ano, europeias, regionais na Madeira e legislativas, sejam vistas como “uma única batalha” e atacou as opções de Governo, que, sublinhou, é do PS e não das esquerdas.

“São três batalhas que exigem que se assumam como uma única só batalha, em que cada uma soma e se projeta para a seguinte”, afirmou Jerónimo de Sousa.

Num discurso longo, falando a militantes de todo o distrito de Setúbal, Jerónimo criticou abertamente várias opções do PS e de António Costa, e deu explicações do que fez o PCP no apoio parlamentar ao Governo, desde 2015, ou a “nova fase da vida política nacional”.

Nos últimos três anos e meio só não se foi mais longe, acrescentou o secretário-geral dos comunistas, porque “permanecem fortes constrangimentos e paralisantes contradições”, que resultam das “opções do PS e do seu Governo minoritário”.

ZAP // Lusa

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