A empresa japonesa Sumitomo Forestry e a Universidade de Quioto uniram forças para desenvolver, até 2023, aquilo que esperam ser os primeiros satélites do mundo feitos de madeira.
De acordo com a BBC, a ideia é começar a experimentar diferentes tipos de madeira em ambientes extremos da Terra. A Sumitomo Forestry vai trabalhar no desenvolvimento de materiais altamente resistentes às mudanças de temperatura e à luz solar.
No futuro, o objetivo é que estes satélites possam ser destruídos sem libertar substâncias nocivas na atmosfera, ou sem fazer chover detritos no solo durante o seu regresso.
“Estamos muito preocupados com o facto de todos os satélites que reentram na atmosfera queimarem e criarem minúsculas partículas de óxido de alumínio, que irão flutuar na atmosfera durante muitos anos. Eventualmente, isso vai afetar o ambiente da Terra”, disse Takao Doi, professor da Universidade de Quioto e astronauta japonês, à emissora britânica.
“A próxima etapa será desenvolver o modelo de engenharia do satélite, só depois iremos fabricar o modelo de voo”, acrescentou ainda.
À medida que são lançados cada vez mais naves espaciais e satélites, o lixo espacial também começa a ser uma ameaça cada vez maior. De acordo com o Fórum Económico Mundial (WEF), existem cerca de seis mil satélites em torno do nosso planeta. Destes, cerca de 60% já não têm qualquer função.
A empresa Euroconsult estimou ainda que serão lançados 990 satélites, todos os anos, nesta década, o que significa que, até 2028, podem existir 15 mil satélites em órbita.
Em junho deste ano, também foi noticiado que uma empresa russa está a trabalhar numa solução para se livrar deste lixo espacial. A ideia passa por criar uma “teia de aranha” pegajosa feita de satélites que poderão pulverizar estes detritos com espuma polimérica.