Nuno André Ferreira / Lusa
Bombeiros tentam combater o fogo em São Pedro do Sul, Viseu
Os concelhos de Arouca e São Pedro do Sul representam quase um terço da área total destruída pelos fogos só este ano.
Desde janeiro já arderam 101 mil hectares de floresta em Portugal, sendo que 97.346 foram apenas nas primeiras duas semanas de agosto, escreve o Diário de Notícias.
Os dados são do Sistema Europeu de Informação de Fogos Florestais, que mostram que quase um terço da área total foi destruída nos fogos de Arouca (cerca de 17 mil hectares) e São Pedro do Sul (12 mil hectares).
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou esta segunda-feira a abertura de um inquérito para apurar o que correu mal com o início do combate ao incêndio em São Pedro do Sul.
O anúncio foi feito na sequência das críticas do presidente da câmara local, Vítor Figueiredo, que diz que não foi por falta de pedidos de ajuda.
“Estivemos aqui quatro dias sozinhos. (…) Só nos diziam que não havia meios”, lamentou o autarca, citado pelo DN.
Numa altura em que o pesadelo parece já ter passado, o presidente da Câmara diz que agora o prejuízo vai começar a ser contabilizado.
“Temos de pensar como o marquês de Pombal. Já enterrámos os mortos, estamos a tratar os feridos e depois é olhar para o futuro, o que pode ser feito de reconstrução.”
Em Arouca, segundo o diário, os prejuízos já estão estimados em mais de 120 milhões de euros, sendo que uma grande maioria diz respeito aos prejuízos de árvores ardidas e custos da reflorestação.
Depois do encontro com os autarcas, António Costa disse que o país viveu uma “situação extraordinária” ao longo da última semana, “com grande concentração de incêndios” e “uma grande simultaneidade em pontos diversos do pais”, o que implicou “levar o dispositivo ao limite dos limites da sua capacidade de resposta”.
ZAP
