O número de mortes pelo novo coronavírus em Itália subiu para 6.820, mais 743 mortes do que as anunciadas na segunda-feira. O presidente italiano, Sergio Mattarella, pediu “a mesma unidade que no pós-guerra”.
Itália já tem o dobro das mortes registadas na China devido ao novo coronavírus, somando mais 743 mortos do que aquelas anunciadas na segunda-feira. O país regista agora 69.176 infetados e 6.820 mortes devido ao surto de Covid-19.
Há mais 5.249 casos confirmados, dando continuidade a uma desaceleração do crescimento do número de infetados no país. Este é o terceiro dia consecutivo em que se regista esta tendência, de acordo com o Observador.
O relatório das autoridades de saúde italianas destacam ainda que há mais 894 pessoas recuperadas, aumentando o número de sobreviventes para 8.326. Há ainda 21.937 pacientes internados, sendo que 3.396 deles estão nos cuidados intensivos e 28.697 estão de quarentena em casa.
Todavia, o número de infetados pelo novo coronavírus em Itália pode ser dez vezes maior do que oficialmente reportado e chegar a 600.000, admitiu o chefe da Proteção Civil italiana, Angelo Borrelli, numa entrevista ao jornal “La Repubblica”.
“Para cada infetado declarado, há dez não registados”, disse Borrelli, que diariamente comunica os dados oficiais em conferência de imprensa.
O Presidente da República italiana, Sergio Mattarella, pediu esta terça-feira aos italianos “a mesma unidade” que existiu nos anos que se seguiram à II Guerra Mundial e que permitiu “o renascimento moral, civil, económico e social” do país.
O chefe de Estado falava por ocasião do 76.º aniversário do Massacre das Fossas Ardeatinas, em que 335 civis italianos foram mortos por nazis nos arredores de Roma, efeméride que este ano não vai ser assinalada devido às medidas de emergência em vigor para travar a propagação do novo coronavírus responsável pela pandemia da covid-19.
“O Massacre das Ardeatinas constituiu uma das páginas mais dolorosas da história recente do nosso país”, afirmou Mattarella numa nota oficial. Naquele crime, prosseguiu, enfrentaram-se “a vontade de opressão e o racismo” e os “valores fundamentais da memória, da paz e da solidariedade”.
“No final desses anos terríveis, marcados pela ditadura e pela guerra, a unidade do povo italiano permitiu o renascimento moral, civil, económico e social da nossa nação. A mesma unidade que nos é exigida, hoje, em um momento difícil para toda a comunidade”, concluiu, evocando “uma grave emergência sanitária”.
O Massacre das Fossas Ardeatinas, ocorrido a 24 de março de 1944, é um dos principais símbolos do horror da ocupação nazi em Itália.
O massacre foi uma represália por um ataque da resistência italiana ao fascismo em que morreram 33 soldados alemães e que levou as autoridades nazis a matar 10 italianos por cada soldado alemão morto.
ZAP // Lusa