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Itália passa a exigir certificado verde a todos os trabalhadores

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Alessandro di Marco / EPA

Medida é das mais restritivas atualmente em vigor no mundo inteiro, já que todos os regimes de obrigatoriedade que vigoram atualmente aplicam-se sobretudo a profissionais do setor da saúde.

A partir de 15 de outubro, itália vai implementar uma das medidas mais restritas do mundo no que respeita à monitorização da população vacinada. Em causa está a obrigatoriedade de apresentação de um certificado verde, equivalente ao certificado digital, para todos os trabalhadores que se apresentem no local de trabalho — seja este de índole pública ou privada.

Em alternativa, os trabalhadores podem apresentar testes negativos à Covid-19 ou certificado de recuperação válido. Caso não o faço, deverão ser suspensos das suas funções sem remuneração, apesar de não poderem ser demitidos. Quem ignore a nova norma deverá incorrer numa multa entre os 600 e os 1500 euros.

Na base da medida está a vontade de Mario Draghi de persuadir mais italianos a vacinar-se, na sequência dos protestos das últimas semanas, ainda que esporádicos, contra as medidas que visam pressionar a população a inocular-se. A favor da medida estão a maioria dos partidos políticos e a principal federação de empregadores, esperançosos de que novos bloqueios económicos possam ser evitados.

No plano europeu, medidas semelhantes foram aplicadas apenas aos profissionais de saúde. Recentemente, o caso francês foi notícia, depois de três mil funcionários terem sido suspensos de funções por recusarem vacinar-se — ficando sem salário e correndo o risco de serem demitidos.

Renato Brunetta, ministro italiano das Administrações Públicas, afirma que esta decisão posiciona Itália na “vanguarda do mundo”, pelo que espera, desta forma, o país possa evitar novos encerramentos e quarentenas este inverno devido à pandemia. Segundo o responsável, a medida vai de encontro ao objetivo de ver a economia italiana crescer cerca de 6% no conjunto de 2021, face à queda de 8,9% em 2020.

Segundo Mariastella Gelmini, ministra dos Assuntos Regionais, os testes à covid-19 para aqueles impedidos de tomar a vacina por indicação médica, mas terão um preço de 15 euros para o resto da população e de 8 euros para os menores, nota o Observador.

ZAP //

4 Comments

  1. Lá está. a vacina só impede que a doença se torne mais grave, não impede a transmissão. Se um trabalhador vacinado estiver infectado, vai na mesma transmitir a doença a outros. por isso os testes periódicos devem ser para todos tanto os vacinados como os não vacinados.

  2. Mas se todos os trabalhadores estiverem vacinados, o risco (para todos) de ficarem gravemente doentes é menor! Espero que em Portugal se faça a mesma coisa que em Itália, ou pelo menos que se exija certificado de vacinação ou teste (obviamente suportado pelo trabalhador)! E mais, sou a favor que quem não quer ser vacinado tenha de assinar um documento a dizer que caso fique severamente doente, a precisar de internamento num serviço público, pagará tudo do seu bolso! E que aceita que se houver um número limitado de ventiladores, as pessoas vacinadas tenham prioridade no acesso a estes sobre as pessoas não-vacinadas. Assim sim, somos responsáveis pelas nossas escolhas!

    • É incrível como algumas pessoas não só não se importam de viver numa ditadura, como a exigem! É o sonho de qualquer ditador, governar um povo que implora para ser espezinhado.

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