Há centenas de cidades e países cujos nomes tiveram origem em pessoas. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, propõe que uma nova comunidade nos Montes Golã tenha o nome de Donald Trump.
Geralmente, as pessoas cujos nomes são dados às localidades nasceram no país em causa, praticaram atos de grande relevo e, na esmagadora maioria dos casos, já morreram há pelo menos um século. Mas Netanyahu não quis esperar.
“Irei apresentar ao Governo uma resolução para que uma nova comunidade nos Montes Golã tenha um nome com referência ao Presidente Donald J. Trump”, disse Netanyahu, recentemente reeleito, numa declaração gravada em vídeo. A proposta será apresentada depois da Páscoa Judaica, que termina no sábado.
O primeiro-ministro israelita justificou a decisão, de acordo com a BBC, com o facto de Donald Trump ter assinado um decreto, a 25 de março, no qual reconhece oficialmente a soberania israelita sobre os Montes Golã, justificando a medida com as “agressivas ações” do Irão e de grupos “terroristas” contra Israel. O território foi conquistado e anexado à Síria, em 1967.
O decreto foi encarado como uma provocação por vários países árabes e contraria uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, que exige a Israel a retirada daquele território, situado na fronteira com a Síria, o Líbano e a Jordânia. A União Europeia também recusou reconhecer a soberania israelita e o ato de Trump foi desalinhado com a comunidade internacional.
“Todos os israelitas ficaram profundamente emocionados quando o Presidente Trump tomou esta decisão histórica”, sublinhou Netanyahu.
Em dezembro de 2017, Trump já tinha reconhecido Jerusalém como capital de Israel, rompendo um consenso internacional anterior, em nome das reivindicações palestinianas pela cidade. As autoridades israelitas manifestaram então a vontade de dar o nome de Donald Trump a uma estação de comboios planeada para Jerusalém.