A recontagem dos votos das legislativas de sábado fez com que o número de mulheres passasse de 33 para 30. Mesmo assim, a Islândia mantém-se como um dos países do mundo com maior representação parlamentar feminina.
A contagem inicial nas legislativas de sábado na Islândia mostrava que 33 dos 63 lugares do Althing, o parlamento do país, seriam ocupados por mulheres, mas a recontagem dos votos de domingo à noite dos votos veio baixar este número para 30.
No fim da contagem, o Movimento Esquerda-Verde, partido da actual primeira-ministra Katrín Jakobsdóttir, conseguiu oito lugares, menos três do que os alcançados em 2017.Os partidos do centro foram os vencedores das eleições.
No entanto, a líder do governo deve manter-se no cargo graças à renovação da aliança com o Partido da Independência e com o Partido Progressista, tendo o primeiro mantido os seus 16 lugares e o segundo subido de oito para 13.
Mesmo com a saída das três candidatas depois da recontagem, a Islândia vai continuar a ter 30 deputadas e vai permanecer no topo dos países europeus com mais mulheres eleitas no parlamento.
“A vitória das mulheres continua a ser a notícia mais importante destas eleições”, revelou Olafur Hardarson, um professor de Ciência Polícia na Universidade da Islândia, em declarações ao canal de televisão islandês RÚV.
Já há muito que a Islândia é pioneira no avanço da representação política das mulheres e foi considerado o país com mais igualdade de género pela 12ª vez consecutiva num relatório do Fórum Económico Mundial publicado em Março.
Foi também o primeiro país do mundo a eleger uma presidente mulher, em 1980, oferece a mesma licença parental a homens e mulheres e a sua primeira lei sobre a desigualdade salarial entre os géneros data de 1961.
Apenas cinco países têm actualmente parlamentos onde mulheres ocupam pelo menos metade dos lugares, sendo eles o Ruanda (61,3%), Cuba (53,4%), Nicarágua (50,6%) e o México e os Emirados Árabes Unidos (ambos com 50%).
Já em Portugal, 40% do parlamento é constituído por mulheres. Num relatório divulgado em Janeiro, a União Interparlamentar indica que houve “avanços lentos” no aumento da participação feminina nos parlamentos de cada país, que passou de 24,9% em 2019 para 25,5% em 2020.