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Afinal, Irão já não vai pedir ajuda para analisar caixas negras do avião

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Abedin Taherkenareh / EPA

Queda de um Boeing 737-800 no Irão

O Irão recuou na intenção de enviar para análise as gravações da caixa negra do avião ucraniano, que abateu acidentalmente na semana passada, para que sejam sujeitas a análises adicionais, revelou a agência noticiosa iraniana.

Citado pela IRNA, o chefe da investigação, Hassan Rezaeifar, afirmou que os registos do voo estão na posse do Irão, que tenta recuperar dados e gravações da cabine de voo, e que não há, no imediato, quaisquer planos para os enviar para análise externa.

A informação é avançada um dia depois de ter sido noticiado que o Irão iria enviar para a Ucrânia as gravações, com Rezaeifar a explicar que não era possível ler as caixas negras no Irão sem ajuda.

O Boeing 737 da companhia Ukrainian Airlines despenhou-se, no passado dia 8, nos arredores de Teerão, causando a morte de todas as 176 pessoas a bordo, incluindo 82 iranianos, 57 canadianos, 11 ucranianos, 10 suecos, quatro afegãos, três alemães e três britânicos.

Os caixões com os corpos dos 11 ucranianos mortos no acidente foram repatriados para a Ucrânia, este domingo, envoltos em bandeiras.

O Presidente Volodymyr Zelensky, o primeiro-ministro Oleksiï Gontcharouk e outros altos dignitários participaram na cerimónia solene que decorreu no aeroporto de Boryspil, na capital ucraniana. Funcionários da companhia aérea Ukraine International também compareceram à cerimónia para homenagear os seus nove colegas que morreram.

O acidente ocorreu horas depois do lançamento de 22 mísseis iranianos contra duas bases da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, em Ain Assad e Erbil, no Iraque, numa operação de vingança pela morte do general iraniano Qassem Soleimani.

Inicialmente, as autoridades iranianas rejeitaram a tese de que o desastre do Boeing 737 estivesse relacionado com um eventual ataque com mísseis. Dias depois, o Presidente do Irão, Hassan Rohani, afirmou que o país “lamentava profundamente” ter abatido o avião civil, sublinhando tratar-se de “uma grande tragédia e um erro imperdoável”.

“O inquérito interno das forças armadas concluiu que lamentavelmente mísseis lançados por engano provocaram a queda do avião ucraniano e a morte de 176 inocentes”, admitiu Rohani, acrescentando que “as investigações continuam para identificar e levar à justiça” os responsáveis.

O avião descolou de Teerão, com destino a Kiev, despenhando-se dois minutos após a descolagem nos arredores da capital iraniana.

ZAP // Lusa

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