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Irão diz que “ações” dos EUA vão revelar reais intenções de Trump

Max Talbot-Minkin / Flickr

Mohammad Javad Zarif, Ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano disse que “ações e não as palavras” vão revelar as reais intenções do Presidente norte-americano, que afirmou não querer uma “mudança de regime,” mas o “desaparecimento das armas nucleares” no Irão.

“Há muito tempo o aiatola Ali Khamenei disse que não queremos armas nucleares, emitindo um fatwa [decreto religioso] para proibi-las”, escreveu Mohammad Javad Zarif na sua conta oficial na rede social Twitter.

O chefe da diplomacia iraniana acrescentou que “o terrorismo económico está a prejudicar o povo iraniano e a causar tensão na região”, uma alusão ao facto de Donald Trump ter decidido retirar unilateralmente, no ano passado, os Estados Unidos do acordo nuclear e retomar as sanções contra Teerão.

Estas declarações acontecem um dia depois de Donald Trump ter afirmado que os Estados Unidos não procuram uma “mudança de regime” no Irão. A declaração do chefe de Estado norte-americano ocorre numa altura em que se agravam as relações entre Washington e Teerão.

“Nós não estamos à procura de uma mudança de regime no Irão, o que nós queremos é o desaparecimento das armas nucleares”, disse Trump numa altura em que os Estados Unidos enviaram forças militares para a região do Golfo Pérsico. Mesmo assim, Trump disse que estima poder alcançar um acordo com Teerão.

A relação entre Washington e Teerão agravou há um ano, quando o Presidente norte-americano abandonou o acordo nuclear de 2015 com o Irão, impondo ao país duras sanções. As autoridades iranianas repetidamente classificaram essas sanções como “terrorismo económico”, afirmando que as mesmas impediram o fluxo de bens essenciais.

A tensão agravou nas últimas semanas, depois de os EUA anunciarem um reforço da sua presença militar no Médio Oriente para enfrentar presumíveis “ameaças” iranianas. Também na semana passada, o governo de Donald Trump ordenou a saída de funcionários diplomáticos não essenciais do Iraque.

Há poucos dias, os rebeldes Huthis do Iémen, apoiados pelo Irão, reivindicaram a sabotagem de quatro petroleiros num porto dos Emirados Árabes Unidos e de um ataque com ‘drones’ a um oleoduto saudita.

No domingo, um foguete foi disparado contra a Zona Verde da capital iraquiana, Bagdade, que abriga escritórios do governo e embaixadas, incluindo a missão dos EUA. Não ficou claro quem estava por trás do ataque.

ZAP // Lusa

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