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Inflação voltou a subir. A culpa é de Taylor Swift

Miguel A. Lopes / Lusa

Taylor Swift em concerto no Estádio da Luz, em Lisboa.

Os dois concertos de Taylor Swift em Portugal, a 24 e 25 de Maio, contribuíram para o aumento da inflação, muito por culpa dos preços da restauração e do alojamento. Aumento foi superior ao verificado aquando das Jornadas Mundiais da Juventude em 2023.

Além de provocarem um sismo em Lisboa, embora de pequenas dimensões, os concertos de Taylor Swift de 24 e 25 de Maio mexeram com a taxa de inflação deste mês.

É o que revelam os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) que confirmam o chamado “efeito Taylor Swift” que se tem verificado nos vários países por onde a cantora passa em digressão.

A subida de preços sentiu-se, sobretudo, no alojamento e na hotelaria e restauração que contribuem de forma decisiva para a inflação.

Os concertos da cantora que levaram 120 mil fãs ao Estádio da Luz, nas duas noites, contribuíram para um aumento médio de preços nos dois segmentos de 3,05% em Maio.

O aumento foi superior ao registado aquando das Jornadas Mundiais da Juventude em Agosto de 2023, que trouxeram milhão e meio de peregrinos a Lisboa, e resultaram numa subida mensal de 2,11%.

O INE destaca que “entre as contribuições positivas relevantes” para o aumento da inflação “realça-se essencialmente a do sub-subgrupo dos “hotéis, motéis, pousadas e serviços de alojamento similares que apresentou uma variação mensal de 21,9% em consequência do aumento de procura registado em Lisboa devido a um evento cultural de dimensão relevante”. A entidade refere-se aos concertos de Taylor Swift.

Hotelaria e restauração com maior subida em Lisboa

Outro dado que reforça o “Efeito Taylor Swift” é o facto de os preços da hotelaria e da restauração terem subido mais na Área Metropolitana de Lisboa (AML), em comparação com as outras regiões do país, com um aumento de 5,76%.

No que se refere ao alojamento, outro factor que contribuiu para o aumento da inflação, houve um aumento de 20,19% em todo o país.

Inflação aumentou para 3,2% em Maio

A taxa de inflação homóloga fixou-se nos 3,1% em Maio, mais 0,9 pontos percentuais do que em Abril, como revela o INE.

“Esta aceleração resulta essencialmente do efeito de base associado à redução mensal de preços registada em Maio de 2023 (-0,7%), no seguimento da isenção de IVA num conjunto de bens alimentares, e, em menor grau, da aceleração de preços dos hotéis“, explica o Instituto.

Com arredondamento a uma casa decimal, a taxa de variação do Índice de Preços no Consumidor (IPC) avançada pelo INE confirma o valor da estimativa rápida divulgada em 31 de Maio.

O indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) registou uma variação homóloga de 2,7%, taxa superior em 0,7 pontos percentuais à de Abril.

Em Maio, a variação do índice relativo aos produtos energéticos diminuiu ligeiramente para 7,8% face aos 7,9% do mês precedente.

Já o índice referente aos produtos alimentares não transformados aumentou para 2,5% (variação nula no mês anterior).

Em termos mensais, o IPC apresentou uma variação de 0,2% em Maio (0,5% no mês precedente e -0,7% em maio de 2023). Excluindo os produtos alimentares não transformados e energéticos, a variação do IPC foi 0,3% (0,6% no mês anterior e -0,3% em maio de 2023).

Quanto à variação média dos últimos 12 meses, manteve-se nos 2,6% registados em Abril, sendo que, excluindo o IPC e os produtos alimentares não transformados e energéticos, a taxa de variação média foi 3,3% (3,5% no mês anterior).

Quanto ao Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), registou uma variação homóloga de 3,8%, valor superior em 1,5 pontos percentuais ao registado no mês anterior e em 1,2 pontos percentuais ao estimado pelo Eurostat para a área do euro (em Abril, a taxa em Portugal tinha sido inferior à da área do euro em 0,1 pontos percentuais).

Excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos, o IHPC em Portugal atingiu uma variação homóloga de 3,6% em Maio (2,1% em Abril), superior à taxa correspondente para a área do Euro (estimada em 2,9%).

Em Maio, o IHPC registou uma variação mensal de 1,0% (1,1% no mês anterior e -0,4% em maio de 2023) e uma variação média dos últimos 12 meses de 3,3% (3,5% no mês precedente).

ZAP // Lusa

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