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Bitcoin está imparável — e passou pela primeira vez os 100 mil euros

A Bitcoin, a criptomoeda mais conhecida e negociada do mercado, ultrapassou esta sexta-feira os 118 mil dólares pela primeira vez na sua história, acumulando uma subida de mais de 26% este ano.

De acordo com os dados da Bloomberg recolhidos pela agência EFE, pouco depois das 9:00 desta sexta-feira, a Bitcoin atingiu um máximo histórico de 118.423 dólares, equivalentes a 101.300 euros — uma subida de quase 4%.

Três horas depois, a criptomoeda reduziu ligeiramente os seus ganhos para cerca de 117.956 dólares.

A  Bitcoin mantém uma tendência de alta que lhe permitiu estabelecer sucessivos recordes desde a passada quarta-feira, quando ultrapassou os 112.000 dólares.

O máximo anterior foi atingido a 23 de maio, quando atingiu quase 112.000 dólares (111.980 dólares).

Segundo os especialistas, a criptomoeda ganhou impulso apesar do contexto de crescentes tensões comerciais, que não causou qualquer choque no mercado, pelo que os investidores continuaram a apostar em ativos de risco.

Além disso, explica a Reuters, os investidores de criptomoedas estão a apostar que uma série de conquistas políticas há muito procuradas pela indústria, que deverão concretizar-se na próxima semana, poderá atrair novos investimentos nesta classe de ativos.

A partir de segunda-feira, a Câmara dos Representantes irá debater uma série de projetos de lei sobre criptomoedas — a “Lei da Clareza”, a Lei de Vigilância Estatal Anti-CBDC e a Lei Genius — que vão fornecer à indústria de ativos digitais o quadro regulatório americano que o mercado cripto há muito exige.

Essas exigências encontraram eco junto do Presidente dos EUA, Donald Trump, que se autodenominou o “presidente das criptomoedas” e instou os decisores políticos a reformular as regras em favor da indústria.

Juan José del Valle, da Activotrade, explica que estas regulamentações visam promover uma estrutura de mercado abrangente que permita a classificação e diferenciação de ativos digitais como valores mobiliários ou ‘commodities’, bem como uma estrutura para ‘stablecoins‘, entre outras questões.

A criptomoeda seguiu o exemplo das ações da maioria das empresas tecnológicas, com destaque para a NVIDIA, que esta semana atingiu um valor de mercado superior a 4 biliões de euros, tornando-se a primeira empresa a fazê-lo em Wall Street.

Da mesma forma, o mercado bolsista dos EUA registou novos máximos em dois dos seus principais indicadores, o Nasdaq e o S&P 500.

Especialistas da Kraken indicaram que a Bitcoin está a entrar numa nova fase de descoberta de preços, rompendo uma faixa que se mantinha há meses e superando máximos recorde.

“A força das ações, que estão a ser transacionadas em níveis próximos de ou em máximos históricos, reflete um ambiente de forte apetite pelo risco, o que é um contexto favorável para as criptomoedas”, vincaram.

Segundo explica à Lusa o analista Manuel Pinto, a criptomoeda está a bater recordes graças à crescente procura, ao endividamento, à maior desregulação do setor e ao sucesso das empresas do setor em Wall Street.

Os seus especialistas da Bitpanda afirmam por seu turno que a chegada de novas máximas não é uma mera coincidência e que são impulsionadas por “uma combinação perfeita de condições macroeconómicas favoráveis e um interesse institucional crescente e constante”.

Com o regresso da liquidez ao mercado e o aumento da oferta de moeda na Europa e nos Estados Unidos, os investidores procuram ativos com potencial real, e a Bitcoin é cada vez mais visto como um deles, sublinham.

Segundo especialistas da eToro, o próximo preço-alvo potencial da Bitcoin situa-se próximo dos 130.000 dólares.

ZAP // Lusa

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