A par das receitas dos hotéis e restaurantes, a AHRESP lembra que é necessário contar com o negócio de outras empresas ligadas a este evento, o que faz com que o bolo aumente significativamente.
Os hotéis no centro da cidade estão esgotados, segundo a AHRESP, e isso só espelha o impacto económico que o Festival da Eurovisão poderá ter em Portugal de 100 milhões de euros.
As contas foram feitas pelo diretor-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), José Esteves, citadas pelo jornal i.
Só as receitas de hotéis e restaurantes deverão atingir dezenas de milhões de euros só esta semana, mas o responsável lembra que a este montante é necessário “juntar a cadeia de valor que o turismo arrasta consigo e que está ligada a empresas de construção civil, de cenários, empresas de rent-a-car, de animação noturna, entre outras”.
O responsável não tem dúvidas: “Nem a Expo98, nem o Euro2004, nem a própria Web Summit tiveram este impacto e esta capacidade de promoção do país”. Como mais-valia do evento, José Esteves aponta os “1600 jornalistas e 500 bloggers que estão cá”.
Segundo o Diário de Notícias, com a expectável quebra na procura, depois de um boom potenciado pelo decréscimo nos destino concorrentes, como a Turquia, a Tunísia e o Egito, a Eurovisão veio em boa altura, para manter em alta a procura turística por Portugal, refere o responsável.
“Um evento one shot de aproveitamento máximo, com esta dimensão de cobertura mediática nem Web Summit, nem Euro 2004, não há nenhum que se compare à Eurovisão. Aqui há um destino, um país, uma cultura. Estamos a aproveitar, graças ao trabalho do Turismo de Portugal de forma que não há memória o trabalho com as delegações, para reforçar mercados como o alemão ou o francês e outros. E temos pessoas de 80 nacionalidades que vão transmitir uma imagem positiva de Portugal”, conclui.
A RTP organiza o evento e o Turismo de Portugal investiu 1,3 milhões de euros quando trouxe os 43 concorrentes a Portugal para mostrar o país e fazer os vídeos que antecedem a apresentação de cada canção, na primeira semifinal, que aconteceu na terça-feira, e também na quinta-feira, quando decorrerá a segunda ronda.
Mas nem tudo são rosas no que toca à Eurovisão. Um jornalista e fã acreditado, oriundo da Áustria aponta os facto de não terem “bilhetes para usar nos transportes” como a principal falha.
O mesmo disse um polaco, acrescentando que são poucos os autocarros que circulam entre o Parque das Nações, onde decorre o evento, e o centro de Lisboa – Saldanha e Terreiro do Paço – a partir do Parque das Nações.
No kit de imprensa há um Lisbon Card que dá acesso a museus e permite passear pela cidade por um dia. Um cenário diferente daquele que viveu o português Nuno Eira quando esteve na final de Viena. “Havia transportes públicos gratuitos, entrada em museus e palácios e um concerto da orquestra de Viena”.
Em Portugal, o bolo total de investimento neste evento rondará os 20 milhões de euros. Metade vem da EBU – European Broadcasting Union, que detém o formato televisivo Eurovisão e vive das contribuições dos membros, patrocínios e bilheteira, 20% saem dos cofres da RTP (4 milhões de euros) e o restante, além do Turismo de Portugal, vem do Fundo de Desenvolvimento Turístico e do Turismo de Portugal – 5 milhões de euros – cobrados pela Câmara Municipal de Lisboa, via taxa turística, e geridos pela ATL.