Empresa projeta novo íman permanente sem terras raras. O processo, que normalmente levaria anos, foi concluído em apenas três meses. E custa menos 20%.
A procura por materiais de terras raras não pára de crescer; mas há quem se vire para novas ferramentas.
Foi o caso da Materials Nexus, empresa britânica de deep-tech, que anunciou nesta terça-feira que projetou um novo íman permanente sem terras raras. Estas “terras raras” são minerais raros, muito valiosos.
Por isso, este íman torna-se raro, ou mesmo único, tendo sido criado com ajuda de Inteligência Artificial.
Detalhe: esta inovação foi criada 200 vezes mais rápida do que os métodos tradicionais.
Promete revolucionar o mercado de ímanes essenciais em veículos elétricos e noutras tecnologias, escreve o New Atlas.
Mais de 80% dos veículos elétricos modernos são alimentados por motores de íman permanente. Espera-se que esta procura aumente 10 vezes até 2030 apenas no mundo dos eléctricos, estendendo-se também à robótica, drones, turbinas eólicas e sistemas de HVAC.
No entanto, a produção de ímanes tradicionais de terras raras, que dependem de materiais como neodímio e disprósio, envolve mineração ambientalmente prejudicial e processamento caro e intensivo em energia.
A China, que domina o mercado de terras raras controlando cerca de 70% da extração global e 90% do processamento, tem uma influência significativa na cadeia de fornecimento. Esse monopólio apresenta riscos de interrupções no fornecimento e flutuações de preços para outros mercados.
No topo das alternativas surgem os ímanes livres de terras raras que, apesar de serem menos potentes do que os seus equivalentes tradicionais, oferecem uma solução sustentável.
A Materials Nexus diz que, graças à IA, identifica materiais magnéticos adequados numa fração do tempo que era necessário até agora: precisa apenas de dias ou semanas, em vez de anos ou décadas.
MagNex, o produto deste processo de inovação acelerada, foi identificado após a IA analisar mais de 100 milhões de composições de materiais livres de terras raras. Depois, foi sintetizado e testado.
Este processo, que normalmente levaria anos, foi concluído em apenas três meses.
O material não só custa 20% menos do que os ímanes de terras raras existentes, mas também reduz as emissões de carbono dos materiais em 70%.
O objectivo é agora estender a aplicação da sua plataforma de IA a várias indústrias, incluindo semicondutores, catalisadores e revestimentos, com o objetivo de apoiar a criação de materiais inovadores que reduzam as emissões de CO2 e melhorem a sustentabilidade da cadeia de fornecimento.