A única moção de estratégia global que vai a votos na Convenção da Iniciativa Liberal do próximo fim de semana admite um acordo escrito para viabilizar uma solução governativa, mas sem o Chega.
A Convenção da Iniciativa Liberal está marcada para o próximo fim de semana e o presidente e deputado João Cotrim de Figueiredo é o primeiro subscritor da única moção de estratégia global: “Preparados Liberalizar Portugal 2022”.
No documento, a que o jornal online Observador teve acesso, os liberais admitem ser “a chave de uma solução de Governo alternativa à do Partido Socialista”. Com o exemplo dos Açores em mente, a IL admite até um “acordo escrito”, mas sem o Chega estar envolvido.
Na moção com mais de 80 páginas, os liberais não excluem a integração de um “Governo de coligação com forças políticas não-socialistas e não-populistas”, desde que o respetivo programa “assuma um cariz reformista e contenha um conjunto significativo de medidas liberais”, mas também admitem uma “viabilização parlamentar de um Governo não-socialista”, desde que exista um “acordo escrito” que preveja a adoção de reformas e medidas liberais.
No entanto, como faz questão de destacar, o partido não vai celebrar, “em nenhum dos atos eleitorais previstos ou antecipados, quaisquer acordos escritos ou verbais, pré ou pós-eleitorais com o PS, o BE, o PCP ou o Chega“. Esta linha vermelha é algo que Cotrim Figueiredo já tem repetido por diversas vezes.
Na moção, que vai a votos no fim de semana, os liberais mostram ainda que pretendem evoluir do chamado “partido do Twitter e dos cartazes” para um “partido responsável que pode ser charneira“.
Nas próximas legislativas, os objetivos são chegar aos 4,5% dos votos a nível nacional e eleger cinco deputados, nos distritos de Lisboa e Porto e com possibilidades também em Braga, Setúbal e Aveiro.
Esta conquista permitiria ao partido liberal passar de um deputado único para um grupo parlamentar, o que, de acordo com o mesmo documento, aumentaria “fortemente o impacto político da Iniciativa Liberal dentro e fora do Parlamento”.
Conscientes de que “muito dificilmente” o partido elege em círculos pequenos que elejam menos de oito deputados e “dificilmente” em médios que elejam menos de até 10 deputados, os liberais acreditam numa eleição de entre três a oito deputados.