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Ikea responde em tribunal por “espionagem” de funcionários em França

Os primeiros interrogatórios no julgamento da filial da Ikea em França, acusada de instalação de um sistema de vigilância ilegal dos seus assalariados, começaram esta semana em Versalhes.

Neste caso, dito de espionagem, a filial da cadeia sueca de imobiliário incorre em uma multa de 3,75 milhões de euros.

Entre os acusados estão também 15 pessoas físicas, entre as quais diretores de lojas, agentes da polícia e antigos dirigentes, como o antigo presidente-executivo Stefan Vanoverbeke e o seu antecessor Jean-Louis Baillot, presentes no primeiro dia do julgamento.

Revelado pelo semanário Le Canard Enchaîné e o sítio noticioso Mediapart, em 2012, o processo foi instruído depois da queixa de um sindicato, o que abalou a Ikea France, que então despediu quatro dos seus dirigentes.

A investigação revelou, nas palavras da procuradoria de Versalhes, um “sistema de espionagem” de empregados, candidatos a emprego e até de clientes, extensível ao conjunto do país.

Com recurso a polícias e detetives privados, terão sido recolhidas informações confidenciais de centenas de pessoas e analisado em detalhe o estilo de vida e eventuais antecedentes criminais.

Alegadamente, a IKEA pagou mais de 600 mil euros para manter este esquema, que terá durado pelo menos três anos (o tribunal está a investigar as praticas da empresa entre 2009 e 2012, mas a acusação afirma que a vigilância começou uma década antes).

A empresa é acusada de ter espiado várias centenas de pessoas, sindicalistas incluídos, e apurado, de forma minuciosa, os seus antecedentes judiciais ou estilos de vida.

Por seu lado, a defesa fala de uma “fábula fabricada pelos sindicatos” e vai apelar a uma anulação do caso, revelou à AFP Olivier Baratelli, advogado da ex-diretora de recursos humanos Claire Héry.

O julgamento deverá durar até 2 de abril.

ZAP // Lusa

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