Autoridades belgas tiveram de intervir este domingo depois de um grupo de manifestantes ligados à extrema-direita ter interrompido a homenagem às vítimas do atentado que decorria na Praça da Bolsa.
Aquele que deveria ser o momento para prestar homenagem às vítimas do atentado da semana passada na capital belga ficou marcado por confrontos entre vários locais, avança a BBC.
Um grupo organizado de manifestantes que estarão ligados à extrema-direita, vestidos de preto e alguns com a cara tapada, invadiram a Praça da Bolsa, em Bruxelas, local usado desde terça-feira para prestar homenagem às vítimas.
O grupo de hooligans aproveitou a ocasião para confrontar a comunidade muçulmana e a questão dos refugiados, com vários elementos a fazer a saudação nazi e a atirar projéteis incendiários.
Segundo a emissora britânica, um deles, chamado Andres, afirmou à AFP que eram “hooligans do futebol” e que “nada têm a ver com política”. “Estamos aqui pelas vítimas”, declarou.
Em declarações à agência Lusa, outro dos manifestantes disse “estar farto” da questão dos imigrantes, acusando-os de viver à conta do Estado.
“Eles só têm direitos, não querem ter obrigações”. De acordo com o Observador, o homem, que falou à Lusa em espanhol por ser também descendente de imigrantes, alegou que a sua situação não tem nada a ver com os que chegam agora ao país.
“Estou farto do que se passa. Tanto faz que sejam muçulmanos ou não. Eles nem têm que trabalhar porque lhes dão tudo”, acrescentou.
As autoridades belgas tiveram de intervir, com a polícia de choque a utilizar canhões de água para dispersar os manifestantes, e alguns chegaram mesmo a ser detidos.
O primeiro-ministro belga e o presidente da câmara de Bruxelas condenaram fortemente este comportamento.
“Estou chocado com o que se passou, ver que estes elementos vieram até aqui para provocar residentes no local do memorial”, condenou o mayor Yvan Mayeur.
Já Charles Michel considerou “altamente inapropriado que os manifestantes tenham interrompido uma homenagem pacífica” na praça da Bolsa.
Entretanto, um novo balanço anunciado esta segunda-feira pelas autoridades dá conta de que o número de mortos causados pelo atentado na capital subiu para 35.
O balanço anterior era de 31 mortos, aos quais se juntam mais quatro pessoas que sucumbiram posteriormente aos ferimentos graves no hospital.
ZAP
“Vicios privados, publicas virtudes” adaptasse bem a esta situação..muitos dos que mostram agora indignação em publico pela situação criada pelos brutamontes da extrema direita utilizam muitas vezes o mesmo discurso xenófobo;construção de muros, deportações, centros de detenção, supressão de direitos constitucionais, o primado da suspeita e da desconfiança em vêz do direito e da prova, prisões arbitrárias, etc, ou seja tudo aquilo que o daesh pretende; o fim das democracias evoluidas, solidárias e defensoras dos direitos humanos.