Homens psicopatas têm mais filhos

Um recente estudo sobre a relação entre traços psicopatas e número de filhos revelou que a psicopatia prototípica está associada a ter mais descendentes entre os homens, mas não apresenta o mesmo padrão entre as mulheres.

A psicopatia, uma condição marcada por características como a manipulação e a insensibilidade, pode manifestar-se em diferentes graus entre géneros e contextos sociais.

A nova investigação analisou a relação entre traços psicopatas e descendentes numa amostra de 253 homens e 243 mulheres, com idades compreendidas entre os 24 e os 35 anos.

Segundo o Psy Post, os voluntários tiveram de fornecer algumas informações sobre os seus dados demográficos, incluindo idade, estado de relacionamento e rendimento, além do número de filhos.

Os participantes também preencheram um pequeno formulário onde autorrelatavam a sua doença, que consistia na avaliação de 29 questões numa escala de 1 (discordo totalmente) a 5 (concordo totalmente).

Esta estratégia de avaliação da doença abrangia traços interpessoais (“Fingi ser outra pessoa para conseguir algo”), características afetivas (“Nunca me sinto culpado por magoar os outros”), tendências de estilo de vida (“Gosto de fazer coisas selvagens”) e comportamentos antissociais (“Invadi um edifício ou veículo para roubar algo ou vandalizá-lo”).

Num primeiro momento, os investigadores observaram que, entre as mulheres, só a faceta antissocial da psicopatia estava associada ao número de filhos. Em contrapartida, nos homens, o número de filhos surge associado às facetas interpessoais, afetivas e antissociais da doença.

O estilo de vida não apresentou qualquer associação significativa. O surpreendente foi verificar que, nos homens, a psicopatia prototípica estava ligada ao número de filhos, enquanto a probabilidade de as mulheres terem mais descendentes foi influenciada principalmente pelo seu estado de relacionamento e idade.

Apesar das descobertas, que surgem descritas num artigo científico publicado na Evolutionary Behavioral Sciences, este estudo tem algumas limitações, nomeadamente o facto de os investigadores não terem feito uma diferenciação entre filhos biológicos e enteados.

Dado que investigações anteriores já haviam indicado que os homens psicopatas julgados judicialmente podem estar mais inclinados a estabelecer relacionamentos com mulheres que já têm filhos, esta seria uma consideração importante para pesquisas futuras.

ZAP //

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