//

Hackers tiveram acesso a conversas entre diplomatas da União Europeia durante anos

1

Álvaro Millán / Flickr

Milhares de telegramas diplomáticos da União Europeia foram roubados nos últimos anos por hackers com aparentes ligações ao Governo chinês.

De acordo com o New York Times, os documentos revelam com mais pormenor o nervosismo com a Administração Trump é vista em Bruxelas. Estão também incluídas conversas em que o presidente chinês, Xi Jinping, surge decidido a enfrentar Washington.

Porém, o conteúdo dos telegramas não é tão comprometedor como os dos que foram revelados pela WikiLeaks em 2010 e 2016, do Departamento de Estado dos EUA e do Comité do Partido Democrata norte-americano, respetivamente.

Mas a operação “põe em evidência a proteção notavelmente fraca das comunicações de rotina entre representantes da União Europeia após anos de divulgações embaraçosas de documentos governamentais em todo o mundo”.

Numa das comunicações, os diplomatas descrevem o encontro em Helsínquia entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o Presidente russo, Vladimir Putin, como “um sucesso (pelo menos para Putin)“.

Noutra mensagem, sobre a cimeira UE-China que decorreu em julho passado, os diplomatas dizem que o Presidente chinês, Xi Jinping, disse que o “bullying” de Trump a Pequim parece “um combate de pugilismo sem regras“. “A China não irá submeter-se ao bullying dos EUA mesmo que uma guerra comercial prejudique toda a gente”, terá dito o Presidente chinês.

Segundo o jornal norte-americano, o ataque foi detetado pela empresa Area 1, fundada por antigos funcionários da Agência de Segurança Nacional norte-americana. “Depois de mais de uma década de experiência no combate a operações chinesas, não há dúvidas de que esta campanha está ligada ao Governo chinês”, disse Blake Darche, um dos especialistas da Area 1.

O ataque foi feito com recurso a uma técnica básica, de acordo com a Area1. Esta técnica depende mais da falta de rotinas de segurança dos utilizadores do que de conhecimentos sofisticados por parte dos atacantes. “As pessoas falam sobre hackers sofisticados, mas não houve nada de sofisticado neste ataque”, disse Oren Falkowitz, diretor da Area 1.

Segundo a empresa, os hackers entraram nos sistemas de Chipre através de uma comum operação de phishing, na qual os diplomatas locais foram levados a introduzir informações pessoais em páginas criadas para serem confundidas com sites oficiais. A partir dos sistemas cipriotas, os atacantes conseguiram ter acesso às palavras-passe necessárias para entrarem nas bases de dados da União Europeia.

Os responsáveis da União Europeia dizem que as comunicações mais sensíveis estão guardadas numa rede mais segura e que a proteção das comunicações de rotina está a ser reforçada.

ZAP //

1 Comment

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.