Os Presidentes dos EUA e da Rússia congratularam-se, em Helsínquia, com a sua primeira cimeira, que consideraram produtiva e muito útil, respetivamente.
“Acabo de concluir uma reunião com o Presidente Vladimir Putin sobre uma série de questões críticas para os nossos dois países. Tivemos um diálogo direto, aberto e muito produtivo”, declarou Donald Trump na conferência de imprensa conjunta no final da cimeira bilateral em Helsínquia, capital da Finlândia.
“As conversações decorreram num ambiente franco e de trabalho. Considero-as muito bem-sucedidas e muito úteis”, disse, por seu turno, o Presidente russo.
O chefe de Estado russo considerou não existirem “razões objetivas” para as dificuldades nas relações russo-americanas, assinalando que a Guerra Fria já terminou e que Rússia e EUA devem resolver os problemas em conjunto.
O Presidente norte-americano pronunciou-se no mesmo sentido, defendendo que Washington e Moscovo devem encontrar formas para “cooperar em relação a interesses partilhados”.
A propósito, Putin disse que Moscovo está pronto para prolongar a colaboração com Washington ao nível dos serviços de informações em relação ao terrorismo e às ameaças cibernéticas. “Os nossos serviços especiais trabalham com muito sucesso”, disse.
Putin reafirmou mais uma vez que Moscovo nunca interferiu nas eleições dos EUA. O Presidente russo disse que a “designada interferência russa” nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016 foi evocada pelo seu homólogo dos EUA durante a cimeira.
“Tive de repetir que o Estado russo nunca interferiu e não tem intenções de interferir no processo eleitoral interno norte-americano”, disse.
A suposta interferência de Moscovo nas eleições dos Estados Unidos constava da agenda da reunião, assim como os conflitos na Síria e na Ucrânia e o desarmamento nuclear.
No início do encontro, o Presidente norte-americano tinha dito que esperava conseguir um relacionamento “extraordinário” com o seu homólogo russo. “Penso que teremos um relacionamento extraordinário (…). O bom entendimento com a Rússia é uma coisa boa, não uma coisa má”, declarou Trump, adiantando crer que “o mundo quer” que os dois se deem bem.
Os dois chefes de Estado reuniram-se no Palácio Presidencial em Helsínquia, no centro da capital finlandesa, que tem uma longa tradição no acolhimento de cimeiras Leste-Oeste.
“Estou muito satisfeito por o encontrar”, disse também o Presidente russo. “Chegou a altura de falar longamente, tanto das relações bilaterais como dos diferentes pontos de tensão no mundo e são bastantes para lhes prestarmos atenção”, assinalou ainda.
No final do encontro privado entre os dois líderes, para o qual a Casa Branca tinha previsto 90 minutos e acabou por durar mais de duas horas, Trump assinalou que ambos tiveram um “começo muito bom”.
Trata-se da quarta vez que Presidentes norte-americanos e russos se encontram na capital da Finlândia depois de Gerald Ford e Léonid Brejnev (1975), George Bush e Mikhail Gorbatchev (1990) e Bill Clinton e Boris Ieltsin (1997).
ZAP // Lusa