Quando se fala em sucessor de António Costa vem, desde logo, à cabeça “o desautorizado” Pedro Nuno Santos. No entanto, há outros seis potenciais candidatos a suceder ao primeiro-ministro, à frente do Partido Socialista.
A carreira política de Pedro Nuno Santos ficará para sempre marcada pelo episódio em que António Costa o desautorizou publicamente, depois de Pedro Nuno Santos ter anunciado um plano para a construção de um aeroporto em Alcochete, em junho de 2022.
Aí terão ficado expostas várias rachas entre o Governo e o antigo Ministro das Infraestruturas — que é constantemente apontado como um possível sucessor a António Costa à frente do PS —, tendo ficado numa posição muito fragilizada.
Pedro Nuno Santos assumiu o ministério das Infraestruturas e da Habitação durante quase quatro anos – de 2019 até janeiro deste ano, de onde saiu depois de várias polémicas relacionadas com a TAP.
PNS, como é vulgarmente designado, foi eleito deputado na X Legislatura com José Sócrates.
Foi responsável pela coordenação da geringonça, que o levaria a ser secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, entre 2015 e 2019.
O Diário de Notícias publicou uma lista de outros seis potenciais candidatos à sucessão do trono de António Costa.
Duarte Cordeiro
Duarte Cordeiro é outro dos “candidatos à sucessão”. Também entrou para o parlamento pela mão de José Sócrates, mas só na XI Legislatura.
Em 2019, sucedeu Pedro Nuno Santos enquanto secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, onde esteve até março de 2022 – quando passou a ministro do Ambiente e da Ação Climática.
Elogiado por António Costa na noite eleitoral da maioria absoluta, como repara o Diário de notícias – “de todos os militantes do PS, há um a quem quero agradecer de forma muito especial: o nosso diretor de campanha” -, já foi também elogiado por dois dos seus “adversários” à sucessão.
Fernando Medina, de quem Duarte Cordeiro já foi vice-presidente, na Câmara de Lisboa, antes de entrar para o Governo, vê no atual ministro do Ambiente um homem “leal, frontal, empenhado, muito empático”.
Fernando Medina
Mas será que o que o atual ministro das Finanças diz sobre Duarte Cordeiro também se pode aplicar a si próprio?
Depois de envolvido em várias polémicas – cedência de informação aos russos, a TAP e a operação Tutti Frutti – Fernando Medina parece não cair nas graças dos eleitores.
O economista, natural do Porto, entrou para a Câmara de Lisboa em 2015, mas perdeu a maioria absoluta em 2017.
Em 2021, deixou escapar as rédeas da autarquia para Carlos Moedas, e o PSD chegou à Câmara de Lisboa, 14 anos depois.
Mariana Vieira da Silva
Fernando Medina também já se pronunciou acerca de Mariana Vieira da Silva.
Em 2018, Medina disse sobre a atual ministra da presidência que “se realiza na concretização das políticas e não na vaidade das luzes”.
“A vocação dela é das políticas públicas e não dos holofotes“, acrescentou.
No entanto, “as luzes que Medina não lhe via”, como diz o Diário de Notícias, “foram-lhe dadas por António Costa”, quando a elevou a número dois do governo.
A socióloga de 45 anos é vista como “uma das conselheiras(os) do primeiro-ministro” e é uma das “candidatas” a suceder-lhe.
Ana Catarina Mendes
Ana Catarina Mendes é a outra mulher apontada à sucessão de António Costa.
A advogada, nascida em 1973, é ministra-Adjunta e dos Assuntos Parlamentares.
Ana Catarina Mendes é deputada no Parlamento desde 1995, e foi secretária-geral-Adjunta durante a geringonça.
Além disso foi líder parlamentar, nesse período, tornando-se a primeira mulher a exercer esse cargo no PS.
Segundo o Diário de Notícias, Ana Catarina Mendes terá o apoio em força das mulheres do PS, caso se candidate à liderança do partido.
José Luís Carneiro
José Luís Carneiro, nascido em 1971, é ministro da Administração Interna, desde março de 2022, é considerado um dos “nomes fortes do aparelho”.
É o ministro “sem casos” numa pasta “difícil”, que vai ser “posto à prova neste Verão” e que conhece “por dentro e por fora, como poucos” o partido, como diz fonte do DN.
O professor universitário foi deputado eleito em 2005, na X Legislatura.
Além disso, foi secretário de Estado das Comunidades Portuguesas no primeiro governo de António Costa e ainda secretário-geral-Adjunto do Partido Socialista de 2019 a 2022, substituindo, na altura, Ana Catarina Mendes.
O Diário considera que, entre esta lista, José Luís Carneiro poderá ser “a surpresa”.
António José Seguro
De volta?
António José Seguro foi sucessor de José Sócrates e antecessor de António Costa, na liderança do Partido Socialista – entre 2011 e 2014.
O Diário de Notícias recorda o célebre frente-a-frente na TVI onde, em 2014, António Costa ouviu palavras duras de António José Seguro.
“Considero que António Costa foi desleal e traiu uma cultura que existe há 40 anos no PS. Foi desleal para com o líder do PS, porque assinou um acordo comigo no ano passado, teve duas oportunidades para se candidatar à liderança e, desta vez, na sequência de uma vitória do partido, rasgou esse acordo e não aproveitou essas duas oportunidades para disputar a liderança do PS”, disse o então líder socialista.
“A crise que o António Costa provocou ao PS é uma enorme irresponsabilidade. Isto não se faz, é um sinal negativo que se dá aos portugueses, em particular aos portugueses que esperam da política não um jogo das cadeiras e das ambições “, atirou.
Em declarações recentes, a 10 de maio, António José Seguro deixou o seu regresso à liderança do partido em aberto: “não tenho no horizonte qualquer regresso, mas não serei hipócrita ao ponto de dizer nunca, jamais, em tempo algum”.
Destes, o PS tem uma pessoa honesta e séria: António José Seguro. De resto, eu até voto Ana Catarina Mendes, pessoa com pensamento estruturado e obra feita…