Entre uma caverna onde estaria o corpo do Frei Tuck ou um arco que pode ter pertencido a João Pequeno, há algumas histórias que apoiam a tese de que a lenda do folclore inglês pode ter existido na vida real.
O mítico herói inglês que roubava aos ricos para dar aos pobres já inspirou livros, séries de televisão e filmes – mas será que Robin Hood existiu mesmo? Há algumas histórias que sugerem que sim, avança a Ancient Origins.
Além da suposta ligação ao Robin dos Bosques, os tesouros em si que são apontados como provas da existência não são nada de especial – arcos e flechas, crucifixos e alguns dobrões de ouro, mas já houve algumas descoberta caricatas.
Uma das mais famosas foi feita na década de 1820 perto da cidade de Bolsover, no condado do Derbyshire. Conta-se que dois trabalhadores que estavam a afundar um poço para uma nova mina de carvão encontraram o esconderijo de Robin Hood.
Enquanto escavavam, os dois encontraram uma caverna que tinha sinais de ser habitada – como panelas, e uma zona para uma lareira com cinzas e comida. Numa parede, estavam alinhados vários arcos e flechas e espadas e a caverna tinha também uma pequena capela.
Nessa capela, deitado em cima de um altar de pedra, estava um esqueleto envolvido num hábito de lã em decomposição, que tinha numa mão um crucifixo e na outra um formão. Na parede acima da sua cabeça estava escrita uma longa lista de nomes, que terminava com a frase “Eu fui o último – Michael Tuck”.
Esta frase levou a que se pensasse que este Michael Tuck pode ser o equivalente à personagem Frei Tuck, companheiro nas aventuras de Robin. Os dois trabalhadores conseguiram escapar vivos, mas uma derrocada voltou a cobrir a caverna – que a lenda local diz que ainda existe nos arredores da mina de carvão.
Outra história parecida conta que trabalhadores que estavam a escavar num jardim encontraram seis cadáveres alinhados que eram supostamente vítimas dos Merry Men. Uma notícia publicada no jornal local de Sheffield, a 23 de Abril de 1796, explica que a descoberta foi perto de Nottingham, o que vai ao encontro de uma das lendas.
Robin Hood e os Merry Men terão uma vez matado 15 homens de um gangue rival porque não tinham cumprido o que foi decidido numa aposta, depois de Robin ter ganhado um concurso de arco e flecha. O último verso da história relata que terão levado os rivais até Nottingham, escavado covas e enterrado os corpos todos alinhados. O sítio onde estariam os corpos neste jardim nunca foi encontrado.
Já em 1729, foi descoberto um arco longo em Hathersage, que segundo a lenda, é onde Little John – João Pequeno – está enterrado. O arco tem mais de dois metros e eram precisos 72.6 quilos de força para lançar uma flecha com ele. Ficou pendurado num salão em Barnsley até meados do século XX.
A intenção de Elizabeth Frazer, a última dona do salão que morreu nos anos 60, era doar o arco ao Museu de Wakefield, mas o seu filho levou-o para a sua herdade na Escócia, onde ficou até à morte deste em 2004. A localização actual do arco é desconhecida.
O mistério à volta de Robin Hood continua, num nome que continua a ser relevante e a persistir séculos depois da sua suposta existência. Apesar de ainda não haver provas concretas, seria de esperar que um homem conhecido pela sua destreza fosse tão bom a esconder-se que até já se levantassem dúvidas sobre a sua mera existência.