O presidente da Câmara Municipal de Matosinhos apresentou esta segunda-feira o pedido de renúncia ao mandato, uma decisão que produzirá efeito a partir de dia 1 de fevereiro, anunciou a autarquia.
“Matosinhos e o projeto que, com grande honra, liderei durante onze anos merecem um presidente a tempo inteiro e não alguém que hoje está diminuído nas suas capacidades físicas”, escreveu Guilherme Pinto na missiva enviada à presidente da Assembleia Municipal.
Na carta, o ainda presidente da Câmara Municipal de Matosinhos diz ainda esperar que os matosinhenses “possam apreciar o trabalho” que, “para eles”, as equipas lideradas por si tiveram ocasião de concretizar.
Segundo comunicado da autarquia, Guilherme Pinto apresentou também hoje a demissão de diversos cargos que desempenhava, nomeadamente a presidência do Fórum Europeu de Segurança Urbana, da presidência do Conselho de Administração da Rede Europeia das Cidades e Escolas de Segunda Oportunidade e da presidência da Casa da Arquitetura.
A partir de 1 de fevereiro, a presidência da Câmara Municipal de Matosinhos será assumida pelo atual vice-presidente, Eduardo Pinheiro.
A renúncia de Guilherme Pinto implicará ainda a subida à vereação do sétimo da lista eleita pelo Grupo de Cidadãos Eleitores Guilherme Pinto por Matosinhos nas eleições autárquicas de 2013, Tiago Maia, que assumirá o pelouro do Desporto, até aqui sob a alçada do presidente.
O autarca, que agora renuncia ao seu terceiro mandato, irá encabeçar a Comissão de Honra da candidatura socialista da deputada Luísa Salgueiro à Câmara de Matosinhos.
Guilherme Manuel Lopes Pinto nasceu em Matosinhos a 21 de abril de 1959. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, foi professor do ensino secundário e exerceu a profissão de advogado.
Vice-presidente da câmara de Matosinhos desde 2001, Guilherme Pinto apresentou, pelo Partido Socialista, a sua primeira candidatura à liderança da autarquia em julho de 2005, numa altura em que profundas clivagens haviam marcado o PS local.
Nas últimas eleições autárquicas, em 2013, apresentou-se como independente contra o líder da concelhia do PS e presidente da Junta de Freguesia de Matosinhos, António Parada, que também decidiu avançar.
Sob a sua liderança, Matosinhos assistiu à construção do Cais e Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, à requalificação da marginal atlântica, à instalação do novo Centro de Investigação da Indústria Automóvel (CEIIA), à requalificação do Bairro dos Pescadores e do Mercado Municipal de Matosinhos, à reabilitação da Casa de Chá da Boa Nova, ao fim da atividade das petrolíferas no Parque Real, à cobertura total de saneamento básico e à reabertura do Teatro Constantino Nery.
Numa entrevista em março de 2015, e em jeito de balanço dos anos frente à câmara onde começou como deputado municipal, o autarca disse que todos os seus “objetivos essenciais foram cumpridos” e que o seu plano para a cidade estava a ser conseguido: o de a tornar um espaço capaz de “incentivar os cidadãos e criar um clima favorável à criatividade”.
// Lusa