Guerras na Ucrânia e em Israel com maior risco de expansão para outros países. No Iraque há novo combate

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“Império” de Putin pode ditar um duelo Rússia-NATO, Irão fala em “explosão incontrolável” no Médio Oriente. Milícia do Iraque atinge embaixada dos EUA.

A guerra na Ucrânia iria demorar apenas algumas semanas, na pespectiva russa (e provavelmente para os ucranianos mais pessimistas), mas ainda decorre, quase dois anos depois de ter começado.

E Olaf Scholz tem noção de que o conflito vai se prolongar ainda mais. O chanceler alemão disse neste sábado: “Esta guerra, provavelmente, não terminará tão cedo quanto gostaríamos”.

Scholz admite que a guerra pode continuar até 2025 mas, garantiu, a Alemanha vai continuar a apoiar a Ucrânia “neste ano, no próximo e no seguinte”.

Os ucranianos precisam desse apoio, numa fase em que a Rússia tem intensificado os ataques na zona leste do país.

Na sexta-feira o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, reforçou que é preciso que a Rússia “não tome a iniciativa, não ganhe uma posição”; ou seja, evitar que a Rússia recupere territórios já nas próximas semanas.

Rússia vs. NATO

Mas a guerra na Ucrânia pode não se ficar pela Ucrânia. O aviso não é novo mas pode mesmo haver um duelo Rússia-NATO.

Ainda na segunda-feira passada, Vladimir Putin ameaçou a Letónia: “Se a Letónia continuar a tratar a população russa que vive lá de forma porca, então o governo deles vai sofrer o mesmo comportamento porco”, cita o jornal Observador.

Recorde-se que a Letónia é um dos 31 países que estão na Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO). Atacar a Letónia é atacar a NATO.

Mas o presidente da Rússia não se esquece do seu objectivo de voltar aos tempos da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Quer uma espécie de novo império soviético.

E essa ambição pode sair reforçada após uma eventual derrota da Ucrânia, ou após negociações a penderem para o lado russo.

Da Polónia já chegou o aviso: Estónia, Letónia, Lituânia e a própria Polónia têm três anos para se prepararem para um confronto com a Rússia. A Letónia também admite ataque russo.

A NATO e a Alemanha estão numa “corrida contra o tempo”, lê-se num estudo do Conselho Alemão de Relações Estrangeiras (DGAP): “A questão para a NATO e para a Alemanha não é se serão capazes de travar uma guerra contra outro país – mas sim quando”.

E Zelenskyy já tinha avisado que a Rússia pode atacar outros países em 2028, caso a guerra com a Ucrânia fique congelada até lá.

Gaza: “Explosão incontrolável”

Em Gaza houve confrontos violentos no sul, entre exército de Israel e Hamas, neste domingo. O Hamas descreveu “ataques aéreos muito violentos” por parte da força aérea israelita.

Israel intensificou ataques; já tinha avisado que iria “aumentar a pressão” nesta guerra.

Mas Israel não ataca apenas o Hamas. A norte, atingiu o Hezbollah, respondendo a ataques do Líbano.

Este ambiente entre Israel e milícias xiitas libanesas está mais tenso desde que a guerra em Gaza começou.

O Irão, apoiante do Hezbollah, avisou neste sábado: a guerra pode expandir-se para (ainda) mais países, centrando-se no veto dos EUA ao cessar-fogo imediato que a ONU ia propôr.

“Enquanto os EUA apoiarem os crimes do regime sionista e a continuação da guerra, existe a possibilidade de uma explosão incontrolável da situação na região“, avisou o ministro iraniano Hossein Amir-Abdollahian.

Ataque a embaixada no Iraque

Há outra ameaça de guerra, mas no Iraque. A milícia iraquiana Kataib Hezbollah atacou na sexta-feira a embaixada dos EUA em Bagdad e avisou: “É apenas o começo de uma nova fase de combate e os próximos dias determinarão o nível de resposta”.

“Os ataques às instalações dos EUA continuarão até que o último soldado seja expulso das terras do Iraque“, justificou o chefe de segurança da milícia, Abu Ali al Askari.

Segundo Askari, a embaixada dos EUA na capital do Iraque é “uma base avançada para gerir operações militares e um antro de espionagem”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

2 Comments

  1. Não foi o Iraque que atacou a embaixada. A embaixada Norteamericana no Iraque foi alvo de ataque por parte de uma milícia. Este tipo de títulos não é jornalismo e fomenta ódio e discriminação.

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